O cargo de executivo ganha cada vez mais espaço no mundo do futebol. Como o próprio nome diz, é a função responsável por executar as diretrizes do projeto esportivo de um determinado clube. Cabe ao profissional mapear o mercado e contratar jogadores, mas não só isso. É dever pensar o desenvolvimento dos atletas desde a base, passando pela transição ao profissional, além de estar atento às questões estruturais da instituição.
O Inter está no mercado em busca de um executivo. Magrão, recentemente demitido, era chamado de diretor esportivo, tendo assumido algumas tarefas executivas. A ideia agora é buscar uma peça com experiência. Conforme apurado por Zero Hora, André Mazzuco, 45 anos, que deixou o Athletico-PR em julho, está na mira da diretoria colorada.
Relação com Textor e SAF do Botafogo
O último trabalho de Mazzuco foi no Athletico-PR, onde permaneceu de março a julho deste ano, em substituição a Alexandre Mattos. Em pouco tempo, acabou não tomando muitas decisões. Foram três contratações: Zé Vitor, Gabriel, do Inter, e Nikão. Ele viu o técnico Cuca pedir demissão e participou da contratação do técnico uruguaio Martín Varini.
O trabalho de maior projeção, no entanto, foi no Botafogo. No Rio de Janeiro, virou homem de confiança de John Textor, o dono da SAF do clube carioca. Entre fevereiro de 2022 e março de 2024, teve autonomia para escolher nomes do departamento de futebol, investir em estrutura, além de liderar a formação de um elenco baseado na força física e na intensidade.
"Reforçar o privilégio de ter atuado no Botafogo, um clube gigante, maravilhoso. Quero expressar toda minha gratidão pelo John, que é especial, que confiou no trabalho. A primeira SAF do futebol brasileiro. Quando chegamos, tínhamos esperança, mas todos sabíamos que seria possível fazer e acontecer", escreveu Mazzuco na despedida.
Preparador físico e experiência na base
Natural de Curitiba, iniciou a carreira no futebol como preparador físico da base do Paraná Clube. Antes dos 30 anos, a predileção pela gestão começou a aparecer. Foi no Coritiba, em março de 2008, que assumiu como gerente de futebol da base. Em 2014, alçou voo para o profissional, mais precisamente como superintendente de futebol.
A caminhada como executivo, propriamente dito, começou em dezembro de 2015, no Bragantino. Na sequência, passou por Paysandu, voltou ao Paraná e chegou ao Vasco, em julho de 2019, sempre como executivo. Quem o acompanhou no time vascaíno, destaca a capacidade de trabalhar com poucos recursos, ainda que os resultados dentro de campo tenham ficado aquém das expectativas.
Entre os feitos relevantes, está o de ter buscado o centroavante Germán Cano, até então desconhecido no Brasil, no Independiente Medellín. Outro ponto valorizado foi a boa relação com os jogadores, mesmo em momentos de crise e de salários atrasados.
Em 2021, teve passagens por Cruzeiro e Santos, ambas com pouca duração e sem deixar grandes legados. Formado em educação física, tem pós-graduação em treinamento desportivo, MBA em gestão do esporte, além de um mestrado com ênfase em fisiologia.