Por três razões, o Inter deixa Belo Horizonte comemorando o empate em 0 a 0 com o Cruzeiro. Uma é o cenário do jogo: com um a menos desde meia hora do primeiro tempo e um pênalti defendido. Outra é que havia vencido esse mesmo adversário no domingo passado (25). E a terceira: dos cinco jogos que ficaram atrasados por causa das enchentes, disputou dois e obteve quatro pontos. Restam ainda Flamengo e Fortaleza em casa mais Bragantino fora. Com o resultado, a equipe permanece na 11ª posição, agora com 29 pontos e ainda devendo três jogos na relação com as 24 rodadas de Brasileirão.
— Jogar 70 minutos com um jogador a menos e pelo jeito que foi a condução da partida pela arbitragem, é um ponto para comemorar e muito. Conseguimos segurar bem, mostramos uma equipe com garra, que não quis vender o resultado. Lá na frente, vamos comemorar esse resultado fora de casa — declarou o técnico Roger Machado.
Um dos assuntos mais comentados foi a arbitragem. Bruno Arleu de Araújo, da Fifa, deu oito cartões para o Inter, sete amarelos e um vermelho, em 11 faltas cometidas. O clube foi informado à tarde de que a CBF não autorizaria mais que os jogadores falassem com o juiz, apenas o capitão. Por isso, Mercado, que iniciou com a braçadeira, passou a Fernando depois de ser amarelado. E o volante também transferiu, para Bruno Henrique, após ser advertido. O pênalti foi ponto de reclamação.
O técnico analisou essa influência. Segundo ele, o time reagiu bem ao que considerou erros que prejudicaram seu time:
— Por vezes isso impacta positivamente, você percebe a injustiça e se agiganta, tenta não deixar o jogo ser decidido pelos critérios da arbitragem. Se é um árbitro jovem, compreendemos. Mas ele apita há muitos anos. Ele só controla o jogo com cartão. Não consigo mais entender os critérios. Isso é o que nos deixa perdido.
Herói da noite, Anthoni estava radiante. Pela segunda vez em duas partidas seguidas, defendeu um pênalti. Desta vez, já na fase final da partida, pegou com o pé a cobrança de Kaio Jorge, que possivelmente daria a vitória ao Cruzeiro. O goleiro falou:
— O time mostrou força jogando com um a menos. E àquela altura da partida, um gol frustraria pela força que estávamos fazendo. O resultado veio com um empate com gostinho de vitória.
Anthoni, aliás, foi a única troca do time na comparação com o que havia vencido o mesmo Cruzeiro no domingo passado, no Beira-Rio. Os 10 jogadores de linha foram repetidos.
A partida teve dois lances cruciais. O primeiro foi aos 31 minutos. Rogel, que tinha cartão amarelo, levou vermelho direto em uma disputa aérea com Kaio Jorge, por uso do braço, na interpretação de Bruno Arleu de Araújo. Roger sacrificou Gabriel Carvalho e recuou a equipe.
O segundo lance ocorreu aos 26 minutos do segundo tempo. Em um cruzamento para a área, Valencia tentou cortar, mas a bola desviou em seu braço, quase em cima da linha. Nesse tempo, Anthoni caiu machucado. Foram quatro minutos para atender o goleiro. E só então o árbitro foi chamado ao VAR. Mais dois minutos revisando. E pênalti marcado. Nove minutos depois, Kaio Jorge enfim cobrou. E Anthoni defendeu com os pés. No rebote, Matheus Pereira bateu de fora da área, e o goleiro fez outra grande defesa.
O 0 a 0 dá moral para o Inter enfrentar o Juventude, fora de casa, na próxima rodada. Será a última partida antes da parada da data Fifa. A equipe não terá Rogel e Mercado, suspensos. Rochet pode voltar.