Quando, lá no início do ano, foram anunciadas as contratações de Borré e Alario, a pergunta óbvia no mundo colorado era: quem sai para eles jogarem? Entre Aránguiz, Alan Patrick, Wanderson, Mauricio e Valencia, alguém poderia perder lugar no time, caso um dos novos reforços aprovasse. Pois chegou a hora de responder a essa questão. E, pelas últimas amostragens, Wanderson é o principal candidato. Depois de um início de Gauchão promissor, o camisa 11 decaiu justamente na fase final e agora tem sua posição sob risco.
Os números não escondem a queda de desempenho. Em janeiro e fevereiro, Wanderson contava com três gols e três assistências em 10 partidas. Desde março, porém, não tem nenhuma participação direta nos placares.
Mas para além disso, sua contribuição diminuiu. Na comparação com o começo do campeonato, Wanderson dá metade dos passes que fazia antes. Mais marcado, mas também menos incisivo, reduziu igualmente o número de dribles. E até o combate, uma característica da equipe, que tenta pressionar a saída de bola, também tem números menores.
O fim do Gauchão é o pior momento para alguém do ataque jogar mal. Especialmente agora que Valencia e Alario estão recuperados. E Wanderson foi tão abaixo de sua média que, contra o Belgrano, o time melhorou após sua saída, a ponto de criar a melhor chance em jogada justamente de Wesley, seu substituto.
A curiosidade é que Wanderson vinha sendo um dos destaques. Adaptado a uma função um pouco diferente, como um meia pela esquerda mais do que um ponta, aparecia como peça fundamental do time. Explicou em entrevista coletiva:
— Nunca tinha jogado assim, mas me adaptei muito bem. Em toda a carreira, joguei como ponta e não como meia que ataca e defende. Mas tenho trabalhado muito. Procuro deixar os companheiros à vontade em campo. Quando Coudet chegou, me mostrou o que queria, como eu poderia ajudar no ataque e na defesa. E me passou muita confiança. O jogador precisa disso para poder render dentro de campo. Me senti abraçado por ele.
Nesse 4-1-3-2, a função aberta na linha de três pode ser ocupada por todos os concorrentes (à exceção de Alario). Valencia já jogou por lá, assim como Borré e Mauricio. E Coudet já usou Hyoran e Bruno Henrique (do lado direito, é verdade) e tem ainda Bernabei. Sem contar o concorrente direto Wesley. Ou seja, alternativas não faltam. Claro, a sequência de jogos deve dar oportunidade a todos. Mas os melhores terão mais tempo nas partidas mais importantes.
Wanderson pode ganhar mais uma oportunidade na quarta-feira. Contra o Tomayapo, Coudet pode mesclar jogadores, enfim pôr em prática a ideia de que as equipes se ajustam conforme o contexto (adversário, local, necessidade etc.). O Inter deve ter uma equipe bastante ofensiva diante dos bolivianos, que perderam na estreia da Sul-Americana. Assim, o confronto internacional pode ser uma espécie de última chance para Wanderson não perder lugar e estar em campo contra o Bahia, na estreia do Brasileirão.
Wanderson no início de 2024
Vs Avenida
- 1 gol
- 39 passes certos / 0 errado
- 1 finalização certa
- 1 drible
- 0 desarme
- 1 falta sofrida
Vs Ypiranga
- 1 gol
- 31 passes certos / 5 errados
- 1 finalização certa / 1 errada
- 4 dribles
- 1 desarme
- 3 faltas cometidas / 0 sofrida
Vs Caxias
- 1 assistência
- 35 passes certos / 4 errados
- 2 finalizações certas / 2 erradas
- 3 dribles
- 2 desarmes
Vs Brasil de Pelotas
- 1 assistência
- 26 passes certos
- 2 finalizações certas
- 2 dribles
- 0 desarme
- 2 faltas cometidas
Wanderson nos últimos jogos
Vs Juventude (fora)
- 0 gol / 0 assistência
- 18 passes certos / 3 errados
- 0 drible
- 0 finalização
- 0 desarme
- 1 falta cometida
Vs Juventude (casa)
- 0 gol / 0 assistência
- 20 passes certos / 4 errados
- 0 drible
- 1 finalização
- 2 desarmes
- 0 falta
Vs Belgrano
- 0 gol / 0 assistência
- 20 passes certos / 4 errados
- 2 dribles
- 1 finalização errada
- 1 desarme
- 1 falta cometida