As primeiras amostragens de Fernando no Inter entregaram exatamente aquilo que se esperava. Um jogador multifuncional, taticamente inteligente, de ótimo desarme e imposição física. Tudo isso apareceu contra o Bahia. Inclusive o aspecto de ser curinga no sistema defensivo.
Fernando, 36 anos, jogou como zagueiro e volante nas três partidas em que atuou. Diante do Belgrano ficou na defesa. Contra o Nova Iguaçu, foi volante. E, contra o Bahia, desempenhou uma função diferente em cada metade do duelo. Em todas, foi seguro e eficiente.
Apesar dessa multifuncionalidade, ele deu uma pista da preferência. Perguntado sobre sua atuação, respondeu:
— A gente faz o que pode e tenta ajudar da melhor maneira. O treinador me colocou como zagueiro e tentei ajudar. Depois, na minha função, tive a felicidade de fazer um gol e sair com a vitória. Quero ser solução, e não problema.
De fato, na carreira, Fernando sempre foi volante. E elogiado por onde passou. Segundo Sérgio Pires, jornalista português que acompanha o Porto, deixou saudade por lá:
— Aqui no Porto, Fernando foi sempre volante. Um dos melhores dos últimos anos.
Na Espanha, também. No Sevilla, igualmente foi um protetor da defesa. O comentarista José Antonio Espina, do Diário As, opina:
— Foi um dos melhores volantes da Europa.
O repórter Florencio Ordoñez, da Cadena Ser, rádio que acompanha o futebol espanhol por todos os lugares, recordou quando Fernando deixou de ser zagueiro. E a iniciativa partiu de um velho conhecido do Brasil.
Jorge Sampaoli, quando treinou o Sevilla, montou um sistema de três zagueiros e testou Fernando nos trios. Ele foi bem. Mas marcou mesmo como volante.
— A maior parte das vezes foi usado à frente da zaga, que é onde realmente rende mais. Mas como é taticamente um futebolista extraordinário, podia jogar atrás sem nenhum problema — afirma.
Nos próximos jogos, Fernando deve seguir como opção para as duas funções. Mas como seu desempenho foi melhor no meio-campo, não se descarte que possa seguir como volante, sendo o escudo para a zaga.
O Polvo, apelido que recebeu quando ainda jogava no Porto, por parecer ter tentáculos para desarmar os adversários, tem quatro "concorrentes" para qualquer uma das funções. No meio, seus colegas são Thiago Maia, Aránguiz, Bruno Gomes e Rômulo. Na zaga, Vitão, Mercado, Igor Gomes e Robert Renan.
Outra característica que tem marcado Fernando é a liderança. Às mídias oficiais do Inter, revelou a forma como é chamado no vestiário: "Velhinho". Mas, acima da idade, a alcunha se dá pela ascensão que tem sobre os companheiros mesmo tendo pouco tempo de casa. Internamente, o jogador é elogiado no clube por essa mentalidade vencedora e agregadora. E que tem se justificado ainda mais com o desempenho em campo.
Os concorrentes de Fernando
Volante
- Thiago Maia
- Aránguiz
- Bruno Gomes
- Rômulo
Zagueiro
- Vitão
- Mercado
- Robert Renan
- Igor Gomes