Os sorrisos do presidente Alessandro Barcellos, do vice de futebol Felipe Becker, do diretor esportivo Magrão e de Rafael Borré deixavam clara a satisfação do Inter com a cerimônia. A entrevista coletiva de apresentação do atacante colombiano, na sala de imprensa do Estádio Beira-Rio, durou 45 minutos, teve uma dezena e meia de perguntas e respostas esperançosas de um jogador que garante ter feito tudo para estar em Porto Alegre o quanto antes.
Acostumado a grandes clubes — e portanto a momentos como esse —, Borré não se furtou de falar sobre os mais variados assuntos. Contou algumas histórias pouco conhecidas sobre sua negociação e, claro, revelou a ansiedade para estrear.
A seguir, veja alguns trechos da entrevista do associado colorado de número 135 mil.
O esforço para vir
— Os últimos meses foram duros, porque uma vez que se oficializou a contratação, era muito difícil estar em um local sabendo que iria embora. A cabeça estava no que viveria aqui. É um projeto de cinco anos. Estava em um empréstimo que terminaria no verão (europeu). Sou uma pessoa transparente, passei isso aos dirigentes e ao técnico do Werder Bremen. Quis sair antes, mas não foi possível. Assim, ao menos ganho algum tempo para me preparar para o ano.
Conversa com Alario
— Falei com o Lucas (Alario), liguei várias vezes. Falamos dos treinamentos, dos jogos e do dia a dia. Foi importante para saber o que iria encontrar. Com os dirigentes, tentamos analisar algumas situações para poder sair. O importante é que os clubes terminaram bem, sem maiores problemas.
Colônia do River Plate
— Creio que pode facilitar porque já conhecemos a ideia de Chacho, o estilo. Conhecemos a filosofia do River Plate, e pode ajudar a adaptar mais rápido. Vou conhecer os companheiros e ter um feeling dentro de campo que nos permita conseguir grandes coisas.
Futebol brasileiro
— Os brasileiros devem estar orgulhosos da liga que têm. É muito competitiva. Tem times bons, grandes. Normalmente nas ligas são sempre os mesmos em cima. E aqui muda muito. Além disso, os times brasileiros têm dominado o cenário continental. Então, um jogador pensa nisso quando analisa propostas.
Torcida do Inter
— A torcida foi fundamental para minha chegada antes. Na Alemanha também perceberam que os torcedores do Inter queriam que viesse antes. Os companheiros no vestiário falaram comigo. É algo lindo para o jogador.
O que sabe do time
— Quando vou a algum lugar, preciso ter ideia do que é o clube e o que pensa o treinador. Uma coisa é o que escuta e outra é que o vê. Então, assisti alguns jogos, também do ano passado, porque seria uma base do que viria esse ano. Saber isso ajuda a adaptação. Por isso, era importante ver o time antes.
Parceria no ataque
— Tive a oportunidade de enfrentar o Enner e, agora, teremos a oportunidade de jogarmos juntos. Sei das condições, que gosta de sair da área, ir para os lados. Para mim é bom porque também posso ficar como 9, sair e ele ficar como 9. Mas não é só Enner. Precisamos ter esse feeling também com Alario, Lucca, demais atacantes, para poder encontrar diferentes variações. Não sou um atacante de estar sempre dentro da área, gosto de me movimentar. Essas situações podem gerar problema para os adversários. Esse é o jeito que gosto de jogar. O coletivo é o mais importante. Obviamente jogadores de hierarquia vão decidir jogos, mas é o coletivo que vai sustentar a equipe ao longo do ano.
Data de estreia
— Tenho muita ansiedade para estar dentro de campo, mas eu creio que é importante que a comissão possa administrar da forma correta. O mais importante é o coletivo. Tem que ter calma para saber qual o momento de fazer a estreia.
Gre-Nal
— É algo lindo de cada cidade, país. Os clássicos são especiais. Vi o Gre-Nal passado, a forma de vivê-lo de disputá-lo. É algo especial. Sentia que necessitava para minha carreira. Essas partidas são especiais.
Relação com Coudet
— Nos enfrentamos muitas vezes, sempre teve um time competitivo. O Racing era um time que jogava bem, saía para as partidas de peito aberto. Coudet é um treinador com uma mentalidade muito boa, e uma pessoa assim querer que eu venha me dá alegria.
Recado à torcida
— Muito obrigado pelo apoio e esperamos que seja muito mais, que cheguemos aos 150 mil ou aos 200 mil. O apoio será importante para conseguir os objetivos. Estou ansioso para viver as emoções aqui no Beira-Rio.