O primeiro objetivo de todos os times que disputam o Campeonato Brasileiro é chegar aos 45 pontos. Trata-se do símbolo que garante a equipe na Primeira Divisão para a próxima temporada. É uma espécie de alívio para quem faz um mau campeonato ou um sinal de tranquilidade para o que ainda tem pela frente. No caso do Inter, um misto dos dois. A partir das 19h desta quarta-feira (8), no Beira-Rio, a equipe de Coudet pode alcançar o número mágico se vencer o Fluminense, em partida válida pela 33ª rodada.
Na atual edição, 45 pontos, na projeção de hoje, é até exagero. Nos cálculos mais atuais, escapará, com segurança, quem obtiver 44 pontos. Mas é possível que 43 já sejam suficientes.
A pontuação de 2023 é alta, ao menos por enquanto. Só no Brasileirão de 2007 um 17º colocado tinha feito mais do que os correntes 37 pontos do Cruzeiro (mesmo número de Vasco e Bahia). O Corinthians daquele ano tinha 38. Mas para dar uma ideia de como 45 é uma segurança, mesmo naquele ano escapou quem chegou a essa pontuação. O Corinthians acabou rebaixado com 44.
A rigor, só uma vez um clube caiu atingindo 45 pontos. Foi o Coritiba de 2009, que ficou um ponto abaixo do Fluminense. Por outro lado, se algum time fizesse 45 pontos, 12 vitórias e garantisse saldo negativo de 11 gols teria ficado na Primeira Divisão. Em 2013, o Flu terminou com 46 pontos, mas só não foi rebaixado porque a Portuguesa perdeu quatro pontos por escalação irregular de um jogador. E em 2021, o Juventude foi o 16º com 46, ou seja, 45 pontos não teriam sido suficientes para livrar da degola.
Na prática, portanto, quem atinge esse número costuma permanecer na elite. Pelo investimento, pela qualidade do time e pelo que fez na Libertadores, isso é pouco para o Inter. Esperava-se algo muito maior, especialmente pelo vice do Brasileiro em 2022 e pela manutenção de grande parte do time.
Mas como em determinado momento o risco chegou a ser real (e ainda não deixou de ser completamente), uma vitória praticamente afasta qualquer ameaça. E dá tranquilidade, ao menos em termos de permanência na Série A, para encerrar o ano. Seja para suportar bem o processo eleitoral, que terá eleição entre os associados em 9 de dezembro, ou para, atendendo às brincadeiras das redes sociais, ser o fiel da balança na disputa do título, um interesse direto do Grêmio.
Recuperação
O desempenho recente do Inter tampouco indica preocupação. Desde a eliminação na Libertadores, o time construiu uma campanha de recuperação, com aproveitamento digno de G-4. Foram 61,9% de aproveitamento, mesmo com os tropeços contra os dois lanternas, América-MG e Coritiba, no Beira-Rio. O crescimento coincide com o fim da preservação dos titulares para a competição continental.
Até o final do Brasileirão, serão três jogos em casa e três fora. O Inter receberá Fluminense, Bragantino e Botafogo, e visitará Palmeiras, Cuiabá e Corinthians. Cuiabá e Corinthians ainda lutam contra o rebaixamento. Palmeiras, Bragantino e Botafogo disputam o título. O Fluminense já atingiu os 45 pontos, com a tranquilidade de ter vencido a Libertadores. Sem a necessidade de buscar vaga no G-6, se preocupará apenas com o Mundial de Clubes.
Se Eduardo Coudet e os jogadores buscavam um objetivo para o final da temporada, o mais básico do Brasileirão está ao alcance. Com a chance de, ao menos por uma noite, esquecer o trauma da semifinal da Libertadores.
Os últimos jogos do Inter no Brasileirão
- Fluminense (C)
- Palmeiras (F)
- Bragantino (C)
- Cuiabá (F)
- Corinthians (F)
- Botafogo (C)