Contratado como lateral por seus 14 anos de experiência no Celta de Vigo, Hugo Mallo tem se destacado como zagueiro. Apesar de não ser alto (mede 1m74cm), conseguiu bons resultados contra atacantes de diferentes características, dos mais fortes aos mais rápidos. O espanhol, porém, não descartou retornar à lateral, e lembrou que foi goleador sob comando de Coudet na Espanha.
Em entrevista a GZH, falou também sobre o grupo colorado. O time tem Rochet (capitão do Nacional-URU), Valencia (capitão do Equador), Bruno Henrique (capitão no Palmeiras e no Corinthians), Luiz Adriano (apitão no Shakhtar), Alan Patrick, Gabriel, Mercado e Renê (capitães no Inter), além do próprio Mallo (capitão no Celta). Essa experiência, segundo ele, pode ser uma arma colorada nesta reta final da temporada.
O grupo do Inter tem sete jogadores que foram capitães em algum momento. É o vestiário mais cascudo que tenha encontrado? Qual é o peso disso nessa hora?
Ter tantos jogadores desse nível não é fácil de conseguir. No Celta, por exemplo, tínhamos jovens que estavam começando. A figura do líder é importante para ajudá-los, impulsioná-los nos momentos difíceis. Aqui a equipe tem jogadores de muita liderança, só de vê-los já transmitem a garra e a vontade de buscar mais. Para os mais novos aqui, facilita. É só copiar o que fazem os outros.
Possivelmente, se não fosse Coudet, você nem estaria no Inter. Qual foi a influência dele na tua chegada?
Nos conhecemos no Celta, facilitou na adaptação. Ele sabe o que pode tirar de mim, minhas qualidades. Antes de Coudet estar aqui, meu empresário até conversou com alguém do Inter. Mas depois da chegada dele, facilitou para vir para cá.
A estreia como zagueiro foi contra o Bolívar, que no jogo de ida tinha forçado bastante a bola aérea, o que poderia ser uma dificuldade para um defensor que não é alto. Como foi a conversa com Coudet antes da partida?
Não teve uma conversa privada nem nada. Ele me conhece, sabe o que posso fazer. Estava treinando como zagueiro e fui para o jogo.
Na quarta-feira, enfrentou Calleri, um centroavante de imposição. E você teve vantagem quase sempre, chamou a atenção a impulsão. Tem algum trabalho especial?
Conhecia Calleri da Espanha. Quando me viu, brincou: "O que está fazendo aqui?". Rimos. Mas não fiz trabalhos específico pela impulsão. Na Espanha, fazia trabalhos de força na academia, saltos, diferentes atividades para ganhar potência. Acho que ajudou.
Está gostando de ser zagueiro?
Estou, sim. Já tinha sido zagueiro no Celta algumas vezes. Quando Berizzo foi o treinador, fui central muitas vezes, porque não tínhamos. É uma posição que conheço. Faço o que precisar para ajudar a equipe.
Como será o retorno à lateral? Bustos tem ido bem, já fez dois gols sob comando de Coudet. Será para manter o estilo dele?
Cada partida é diferente. Em algumas atacamos mais, outras menos. Se for para atacar, chego na área. Quando joguei com Coudet no Celta, marquei quatro gols no ano. Precisa estar pronto e reconhecer que Bustos está indo muito bem. Se voltar à lateral, vou dar o melhor de mim e entender se os jogos serão mais ofensivos ou defensivos.