A cena chamou a atenção. No 10º pênalti do Inter na disputa contra o River Plate pelas oitavas de final da Libertadores, o zagueiro Vitão havia caminhado do meio do campo até a entrada da área. Se a bola entrasse, seria o gol da classificação. Rochet, que acabara de ver o chute anterior parar no travessão, foi conversar com seu companheiro. E ficou decidido que seria o goleiro a cobrar. Em entrevista à RBS TV, o uruguaio revelou o teor do papo:
— Senti a confiança de chutar o pênalti. Falei para o Vitão. Ele me pergunta duas ou três vezes: "Está convencido?". Eu falei que sim. Também agradecer a ele, que teve confiança em mim para deixar bater. O pênalti nos deu a vitória. Os jogadores bateram muito bem. Pesado porque era um jogo que ia determinar o que ia ser o nosso ano. Méritos do grupo.
Segundo ele, não teve dúvidas sobre a forma de cobrar. Pôs-se no lugar de Armani e pensou no que faria (ficaria parado ou pularia para o lado direito), por isso "abriu o pé" e chutou do lado esquerdo. No último passo, percebeu que sua ideia estava certa.
O goleiro reconheceu sua irritação por não ter defendido nenhuma cobrança do River:
— Fico aborrecido quando não consigo acertar o lado e não consigo pegar a bola que passou duas ou três vezes — disse.
Rochet também revelou que até Suárez mandou uma mensagem brincando sobre isso antes de parabenizá-lo pela classificação:
— Ele me felicitou, mas também fez uma brincadeira. "Os goleiros têm de pegar". Ele falou isso. E estava certo. Eu sou o goleiro e tenho que pegar, não tem o que fazer. Brincamos um pouco. É um cara bom que sempre está querendo o melhor para mim. Eu também desejo o melhor para ele. Uma pessoa que me ajudou muito na seleção, me fez crescer muito no Nacional. É recíproco.