
Ainda estão vivas na memória dos colorados a partida contra o River Plate, a classificação para as quartas de final da Libertadores e a festa no Beira-Rio. Mas, a partir das 21h deste sábado (12), será preciso deixá-la como uma inspiração e transformar aquele triunfo em força e tranquilidade para enfrentar o líder do Brasileirão. No Estádio Nilton Santos, o Inter visita o Botafogo precisando, antes de tudo, reencontrar as vitórias na competição nacional. Mas o jogo da 19ª rodada, a última do primeiro turno, servirá também para alguns atletas mostrarem serviço a Eduardo Coudet e cavar lugar na equipe.
Já se vão seis jogos sem vitória no Brasileirão. A última vez que o Inter deixou o campo comemorando três pontos foi em 25 de junho, no 2 a 1 de virada sobre o América-MG. De lá para cá, ainda sob comando de Mano Menezes, a equipe empatou com Palmeiras e Cruzeiro (ambas no Beira-Rio) e perdeu para o Fluminense no Maracanã. Coudet foi o técnico nos empates com Bragantino (fora) e Corinthians (em casa) e na derrota para o Cuiabá, também em Porto Alegre. Os colorados entram em campo ocupando a 12ª posição na tabela.
— É hora de mudar a chave. Foi um jogo importante contra o River pela Libertadores, mas precisamos dos três pontos para sair do meio da tabela no Brasileirão. A equipe deles é qualificada, mas estando bem compacto, jogando curto, temos uma força muito grande — disse Mauricio ao site do Inter.
Essa necessidade de pontos dá a certeza de que ninguém será poupado. A delegação viajou ao Rio com força máxima. Só não estão relacionados os jogadores lesionados (Thauan Lara, Campanharo e Rômulo), os suspensos (De Pena e Johnny) e o negociado (John). De resto, vai todo mundo ao Nilton Santos. A equipe é mantida com mistério, mas só não poderá jogar quem tiver risco real de lesão. No entendimento da comissão técnica, o intervalo entre terça e sábado foi suficiente para recuperar fisicamente.
Assim, o jogo pode dar mais entrosamento ao time, uma urgência percebida por Coudet, que chegou há três semanas e mudou o estilo de jogo. Ele mesmo admitiu inclusive um erro de planejamento ao colocar titulares contra o Cuiabá, a três dias de enfrentar o River, na ida, justamente para tentar aumentar a mecânica da equipe e, se vencesse, elevar a moral aos atletas.
— Trabalhei com ele na outra passagem, então já conhecia um pouco o esquema, que é diferente do que vínhamos fazendo. Estamos nos adaptando muito bem, conseguindo implementar as ideias dele e mostrando isso nos jogos — ampliou Mauricio.
O jovem meia canhoto deverá ser mantido entre os titulares. Em seu setor, a tendência é de que seja acompanhado, mais uma vez, por Aránguiz, Alan Patrick e Wanderson. A mudança estará na primeira função: o suspenso Johnny será substituído por Gabriel.
Na frente, Enner Valencia permanece como atacante. Na defesa, o quarteto com Bustos, Mercado, Vitão e Renê será mantido. Mas isso é apenas momentâneo. Há nomes correndo por fora, como Pedro Henrique, Bruno Henrique e Luiz Adriano. Coudet disse, no vestiário:
— Ninguém tem vaga garantida na equipe.
Por isso, não será surpresa se todos eles receberem oportunidades. Depois do Botafogo, haverá cerca de uma semana até o jogo com o Fortaleza. O Inter solicitou à CBF que adiante a partida para sexta-feira, já que foi confirmada para terça-feira, dia 22, a partida de ida das quartas de final da Libertadores, contra o Bolívar, em La Paz. Ainda não houve resposta da entidade.
O calendário colorado prevê, ainda, o confronto com o Flamengo entre as partidas da competição continental. Depois, o Colorado enfrentará o Goiás. Ambos os jogos ocorrerão longe do Beira-Rio. Aí, o calendário de clubes para em razão da data Fifa e as rodadas iniciais das Eliminatórias para a Copa do Mundo. Será o momento de maior atenção que o técnico terá para aprimorar seu estilo. E, se tudo der certo, terá a semifinal da Libertadores no horizonte. Mas, até lá, a ordem é um passo de cada vez.
— Temos o Botafogo. Sempre nos preparamos para os objetivos mais próximos — resumiu Coudet na última entrevista coletiva.
Convenhamos, encarar o líder do Brasileirão, invicto em casa, já é um objetivo grande o bastante.