Novidade na comissão técnica de Eduardo Coudet no retorno ao Inter, Lucho González é um velho conhecido do técnico. Os dois jogaram juntos no River Plate no começo dos anos 2000 e acumularam, além de títulos, histórias que levaram a uma amizade que perdura até os dias atuais. Com 42 anos, Lucho integrará a terceira comissão técnica de um clube brasileiro desde que deixou a carreira de jogador, vestindo a camisa do Athletico-PR, em 2021.
Após pendurar as chuteiras, Lucho seguiu no clube paranaense como auxiliar de Alberto Valentim. Depois, assumiu como treinador do Ceará, em 2022. O argentino durou apenas 10 jogos no cargo e foi um dos quatro técnicos do Alvinegro na temporada que terminou com o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro.
Agora, Lucho voltará a ser auxiliar com Coudet, que era já experiente meio-campista quando ele surgiu no River Plate como atleta em 2003. Pode se considerar que de Coudet para Lucho houve troca de bastão na titularidade do time, mas os dois chegaram a atuar juntos.
Uma partida importante que o River teve Lucho e Chacho juntos no meio-campo foi na semifinal da Sul-Americana de 2003, que ficou marcada por confusão com jogadores do São Paulo na classificação argentina nos pênaltis no Morumbi.
Lucho e Coudet não foram protagonistas da briga que ocorreu após o apito final do tempo regulamentar. Na ocasião, Luís Fabiano, um dos principais cobradores do São Paulo, deu uma "voadora" no zagueiro Tuzzio, foi expulso e ficou de fora da decisão por penalidades. O centroavante deu uma declaração que entrou para o folclore brasileiro.
— Contra argentino tem que ajudar os companheiros “na porrada”. E entre bater o pênalti e ajudar na briga, eu prefiro ajudar na briga — declarou após a expulsão.
O River avançou para a final, mas foi derrotado pelo Cienciano, do Peru. Naquele mesmo ano, porém, o clube conquistou o Clausura (equivalente ao Campeonato Argentino), o primeiro de Lucho e Coudet juntos. Eles repetiram dose no Clausura de 2004. Aquele time tinha o zagueiro Ameli, que teve passagem pelo Inter, e Martín Demichelis, atual técnico do River Plate.
Foguetes na Bombonera
Em 2004, Boca Juniors e River Plate fizeram uma histórica semifinal de Libertadores vencida pelos xeneizes. Por questões de segurança, a polícia argentina proibiu a presença de torcida visitante nos clássicos. Atualmente isso é habitual no país, mas 2004 era a primeira vez que isso acontecia.
Lucho González contou uma história envolvendo Coudet na ida para a Bombonera para o jogo de ida. Em entrevista ao site “La Página Millonaria”, dedicado ao River Plate, em 2020, o agora auxiliar colorado revelou um incidente com Coudet envolvendo fogos de artificio.
— Quando fomos jogar a semifinal contra o Boca levamos bumbos, bandeiras em cima do ônibus e havia fogos de artifício. O Chacho pegou, então, três fogos e pediu para o motorista abrir a janela do teto para poder atirá-los, mas saiu ao contrário e explodiu dentro do ônibus. Antes de chegar a Bombonera, quase nos ferimos — recordou.
Além de Lucho González, chegam ao Inter com Coudet o preparador físico Octavio Manera, o auxiliar de preparação física e Guido Cretari e o analista de desempenho Carlos Fernández.