A aproximação da estreia de Enner Valencia pelo Inter é um assunto que movimenta também o noticiário equatoriano. Há no país uma expectativa sobre a chegada ao Brasil do jogador que é atualmente o principal nome da seleção. Maior artilheiro de “La Tri”, com 40 gols, Valencia tem seu caminho acompanhado de perto pela imprensa. Entre jornalistas equatorianos termos como “surpresa”, “orgulho” e “curiosidade” são usados quando consultados sobre o que a chegada de Valencia ao Inter representa para o futebol local.
Valencia ainda precisa ser regularizado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF para poder estrear com a camisa colorada diante do Fluminense no próximo domingo (3), no Maracanã. Ainda antes do primeiro jogo, a forma como o jogador foi recebido pela torcida do Inter com festa em sua apresentação já causou impacto no Equador.
— Não pensávamos que iria ser tão emotiva, tão grande o fanatismo da torcida do Inter. Sabemos que é um clube importante, que ele é o melhor jogador da nossa seleção, um atleta histórico, mas não esperávamos um recebimento tão grande para ele — afirma Theo Posso, do canal Directv do Equador, que tem os direitos de transmissão do Brasileirão.
A forma como o equatoriano tem sido tratado pela torcida do Inter também desperta alegria no seu país.
— A verdade é que recebemos isso bem. Nos enche de alegria saber que Enner (Valencia) chega a um clube tão grande como o Inter e é recebido com tanto carinho. Ele é a referência do futebol equatoriano no momento — destaca Vivi Sánchez Bonilla, da Radio Sensación 106.5FM.
O status de maior jogador do Equador e ídolo nacional que tem atualmente não foi algo fácil para Enner Valencia obter. O jornalista Juan Fuenzalida, Radio CRE, de Quito, relembra que o atacante teve que enfrentar inicialmente uma resistência por conta não apenas das rivalidades entre as principais cidades equatorianas no futebol, mas também a interna de Guayaquil entre Barcelona e Emelec.
— Ele é querido por muitos pelo que fez pela seleção, mas ao mesmo tempo há uma divisão no futebol equatoriano. Há dois problemas, lamentavelmente, um é o regionalismo de uma disputa entre Guayaquil e Quito. Além disso, Guayaquil se divide em dois grupos, os torcedores do Emelec e os do Barcelona. Valencia é muito identificado com o Emelec, então muitos setores ligados ao Barcelona mostravam resistência. Antes da Copa do Mundo havia uma resistência maior desse grupo também porque o Valencia teve um tempo sem fazer gol, mas isso caiu a partir do momento que teve um bom desempenho no Catar sendo o principal jogador da seleção — conta.
Mais um Mundial
Ainda que complete 34 anos em novembro, há a expectativa de que Valencia possa ser um nome importante neste próximo ciclo de Copa do Mundo. Se espera que o atacante colorado possa disputar o Mundial de 2026, nos EUA, Canadá e Mexico.
— Ele treina bem, é profissional. Essas coisas te permitem chegar a uma idade de 36, 37 anos, em bom nível. Por isso creio que poderá seguir jogando na seleção, talvez não como é agora, mas jogando de outra forma, como um centroavante de menor movimentação. Ele é um jogador muito versátil e os anos lhe dão experiência — observa Juan Fuenzalida.
Por conta dessa expectativa de que Valencia siga ao longo de seu contrato de três anos com o Inter ainda defendendo a seleção sua trajetória no Beira-Rio deverá ser acompanhada de perto pelos equatorianos.
— A imprensa aqui é informada minuto a minuto com tudo que vem do Brasil e vê com muita expectativa do que o Enner poderá fazer no futebol brasileiro. É um futebol histórico que terá o maior goleador da seleção. A expectativa é muito grande porque o Inter joga a Libertadores e o Brasileirão é o melhor campeonato do continente. O torcedor da seleção e os fãs do Valencia estarão muito interessados no desempenho dele pelo Inter — ressalta Roberto Merchán, da Radio Redonda, de Quito.
Merchán também admite uma certa surpresa com o tamanho que a contratação de Valencia foi tratada pelo Inter e sua torcida.
— Vimos com muita admiração como Enner Valencia foi recebido em Porto Alegre pela torcida colorada. Não é habitual nem normal que um jogador equatoriano tenha esse tipo de admiração no ponto de vista internacional. Vimos tudo isso de forma muito agradável, principalmente por ser um jogador histórico na seleção e que alcançou um papel importante. E sobre tudo pelo lugar onde chega ser o Brasil, que podemos definir como o futebol. Ter esse respeito é histórico para o futebol equatoriano — observa.
Valencia assinou contrato com o Inter até metade de 2026. Antes do Fenerbahçe, o atacante defendeu também Emelec no seu país, os ingleses West Ham e Everton e os mexicanos Pachuca e Tigres.