Inter e Nacional, nesta Libertadores, são dois times que se acostumaram a fazer gols nos finais da partida. E nesta quarta-feira, fizeram valer essas marcas. Pela terceira rodada da fase de grupos, o 2 a 2 teve um gol, para os colorados, por De Pena, aos 38, e um para os uruguaios, aos 45 minutos do segundo tempo. Antes, Mercado havia aberto o placar na etapa inicial, mas os visitantes também haviam igualado antes do intervalo. Com o resultado, o time de Mano Menezes ficou na segunda posição, com cinco pontos. O Nacional lidera o grupo, com sete.
A situação, que parecia confortável, pode ficar dramática. O Inter, agora, sairá para duas partidas fora de casa, primeiro contra o Metropolitanos-VEN e depois contra esse mesmo Nacional. Terá de vencer os venezuelanos (como os uruguaios fizeram) para não perder a segunda posição.
— Claro que não era o que planejamos, o fator local influencia muito na Libertadores, e como a tabela prevê dois jogos em casa e um fora no primeiro turno, nossa meta era fazer as duas vitórias no Beira-Rio e no mínimo fazer um ponto contra o Medellín. Não atingimos, mas precisamos ter maturidade para encarar a segunda metade e reverter a situação que temos agora — admitiu Mano ao final da partida.
A reação dos atletas parecia a mesma das arquibancadas. Lucca, que deu bela assistência para o segundo gol, marcado por De Pena,declarou:
— Foi um empate amargo, com um gostinho de derrota, fico feliz pela minha atuação, mas em relação ao jogo não foi o que a gente esperava.
Mano evitou criticar o goleiro Keiller, que foi vaiado por alguns torcedores ao final da partida. E apontou o desperdício ofensivo como fundamental para o empate:
— Nossa falha foi não ter aproveitado as chances que criamos, a ponto de tirar um gol de um companheiro com a mão. O lance do Wanderson, que colocou a mão, iria para Mauricio fazer. Depois tivemos outra em três contra um e também não tomamos a decisão certa (Wanderson novamente).
O treinador lamentou, ainda, o gol sofrido no final:
— Tínhamos conseguido a vitória. E levamos o gol de um jeito que sabíamos que eles iam tentar. Jogaram a bola para dentro da área, de lateral, afastamos. Erramos na saída da pressão, permitimos o cruzamento e levamos o empate que deixou esse gosto amargo.
Para além do resultado, teve uma cena que marcou a partida. A reação de De Pena após fazer o gol recebeu atenção especial. Criado pelo Nacional, ele evitou comemorar. Apenas levantou os braços, depois olhou para os torcedores uruguaios e fez um sinal. Ele explicou:
— Na vida, temos de ser gratos. O Nacional me deu tudo Não comemorei porque Nacional me deu tudo, mas me dedico ao Inter 100%.
No domingo, o Inter volta as atenções ao Brasileirão. Às 16h, visita o São Paulo, no Morumbi, pela quarta rodada. A tendência é de que alguns jogadores, como Renê, Vitão e Alan Patrick, sejam preservados do confronto.