O vermelho, o branco e o azul seguem como as cores do Tricolor de Aço. O nome continua sendo Bahia. Mas o Bahia não é mais o mesmo. O mais vitorioso clube do Nordeste vive um ano de transição, uma temporada que em engatinha para tentar reviver os dias mais gloriosos, quando venceu a Taça Brasil na década de 1950 e o Campeonato Brasileiro de 1988, no mesmo Beira-Rio que entrará em campo neste domingo (28) para enfrentar o Inter. City é a apalavra que faz os baianos sonharem.
Isso porque City é o grupo que adquiriu 90% da SAF do Bahia com promessa de investir R$ 1 bilhão nos próximos 15 anos. Os primeiros milhões começaram a pingar neste ano, com 19 contratações que somam R$ 80 milhões. Um novo aporte deve ser realizado na janela de julho.
A empresa vinculada ao Abu Dhabi United Group é responsável por administrar 13 equipes espalhadas pelo mundo. A joia maior do sheik Mansour bin Zayed Al Nahyan é o Manchester City. Ao ser adquirido, o Bahia passou a ser a segunda maior preciosidade dos investidores. O vínculo com o clube inglês deixará os jogadores sob constante observação de Pep Guardiola.
— Guardiola vai assistir aos jogos do Bahia, isso acontece. O pessoal (do Bahia) que esteve em Manchester viu, temos lá telas e o pessoal assiste aos jogos dos outros clubes do Grupo — afirmou Ferran Soriano, CEO do Grupo City, durante a apresentação da parceria.
O planejamento prevê transformar o Bahia em um formador de talentos. Mas há a promessa de que Salvador não virará um mero exportador de jogadores para o Manchester City. A intenção, segundos os dirigentes, é, sim, que os nomes valiosos cheguem na Europa, mas a ordem é ser primeiro campeão em terras tupiniquim e, depois, cruzar o Atlântico.
Detalhes da parceria
A parceria faz com que nomes interessantes compusessem o elenco neste começo de relação. Jogadores como Kayky, revelado pelo Fluminense, e Diego Rosa, prata da casa do Grêmio, e com futuros considerados promissores estão emprestados ao Bahia.
O acordo entre as duas partes firmou-se de maneira diferente em relação a outros integrantes do conglomerado. O Bahia manteve o nome, sem precisar agregar a palavra City, e também conservou suas cores tradicionais.
A Fonte Nova pode entrar nos planos dos novos gestores. Não é descartado que a gestão do estádio seja adquirida. O atual contrato do consórcio que gere o local termina em 2028.
O investimento na próxima década e meia deverá ser feita com R$ 500 milhões para a compra de jogadores, R$ 300 milhões para o pagamento de dívidas, R$ 200 milhões para infraestrutura, categorias de base e capital de giro. O novo CT deve ser similar ao do City e inaugurado em três anos.
— É um momento muito importante para o Bahia, mas é também um momento muito importante para nós. Celebramos uma viagem que tem o objetivo de levar o Bahia até o máximo do seu potencial — declarou Soriano.
O orçamento foi inflado. No ano passado, os cofres receberam R$ 108 milhões e fecharam com um déficit de R$ 77 milhões. Para esta temporada, o orçamento é baseado em R$ 230 milhões.
A nova administração trouxe caras novas para iniciar os trabalhos. O economista peruano Raul Aguirre foi escolhido para ser o CEO. De pouca experiência no futebol profissional, o português Renato Paiva é a versão baiana de Pep Guardiola. Na arrancada do Brasileirão, os trabalhos resultam em um futebol de meio de tabela. O Bahia ocupa a 13ª colocação, com sete pontos, mesma pontuação do Inter.