São quatro jogos seguidos perdendo por 2 a 0, já se vão cinco partidas sem vitória. É o pior momento do Inter sob comando de Mano Menezes, que chegou a cogitar a saída após a derrota para o América-MG na quarta-feira, pela Copa do Brasil. Para sair do buraco onde se enfiou, o domingo apresenta o Gre-Nal. Um clássico que pode ser a gota d'água para transbordar o copo ou a salvação do treinador e uma tentativa de retomar a temporada e reagir em busca de voos maiores.
Para isso, porém, Mano terá de mudar seu ambiente. O Inter está à beira de implodir internamente e houve até uma "conversa olho a olho", nas palavras do presidente Alessandro Barcellos, para tentar melhorar a situação. A seguir, apontamos os aspectos que o time precisa melhorar e no que a torcida pode ter esperança para voltar a vencer o Grêmio.
As fraquezas
Foram 10 gols em cinco jogos. Em todas as partidas, foi vazado. Já houve troca de nomes de goleiros, zagueiros e laterais e até mudança de formação. E, ainda assim, a bola segue entrando na meta colorada. Até domingo, um dos trabalhos de Mano é estancar a sangria. Sem tempo para treinar, o técnico terá de incutir na cabeça dos atletas alguma ideia que resolva o problema
— Nesse momento, é algo muito mais de conversa. Talvez tenha um treino tático para o Gre-Nal. O problema é mais coletivo do que individual. Pressiona pouco o portador da bola — afirma o analista tático Gabriel Corrêa, do Footure.
Meio-campo desentrosado
No meio também há tentativas variadas. Mano já testou um volantão e um meia nas duas primeiras funções. Depois, pleiteou um time com um volante, dois meias e três atacantes. E, na quinta-feira, usou dois jogadores mais combativos. Além de não conseguir o resultado desejado, também não consegue entrosar os atletas. O próprio técnico admitiu isso após o jogo contra o América-MG:
— O que faz diferença não é como o treinador põe o time em campo. É como executa a ideia. Se troca todo jogo, não tem padrão. Se não troca, não tem variação. Precisa encontrar o caminho.
Ataque inoperante
Já se vão sete horas desde o último gol do Inter, marcado por De Pena aos 34 minutos do segundo tempo contra o Nacional, pela Libertadores. Somando-se os acréscimos das quatro partidas sem marcar, chega-se a um resultado de 427 minutos sem balançar as redes adversárias. Gabriel Correa opina:
— Precisa criar mecanismos de ataque. Inter hoje é puramente individualidades. Procura o Alan Patrick a todo instante, para que ele encontre um passe. Achar o Wanderson no um contra um. É um time pouco coletivo para chegar ao ataque.
De onde tirar esperança?
O ex-lateral e técnico colorado Claudio Duarte lembrou:
— Chegamos a um Gre-Nal em que os dois estão em situações parecidas. Jogam e não convencem os torcedores, os dirigentes e aumentam a pressão. Primeira coisa a fazer é retirar a pressão em si mesmos. Mas o futebol é um jogo de casar características. Às vezes a entrada de um jogador muda bastante o estilo e resolver o problema.
Dentro disso, uma das armas que Mano poderá aproveitar é que o meio-campo do Grêmio costuma ser lento. Sofreu sempre que encontrou adversários mais velozes e intensos. Com um pouco mais de confiança, especialmente no que fez no ano passado, poderá encontrar o caminho da vitória na Arena.