O sufoco que o Inter passou para avançar às oitavas de final da Copa do Brasil apresentou um cenário típico da profissão de goleiro. Keiller certamente seria condenado caso a equipe tivesse caído para o CSA. O gol que levou aos 41 minutos do primeiro tempo, ainda que tenha sido em um chute forte e rasteiro, com um leve quique da bola antes de chegar à trave, pode ser considerado falha. Afinal, foi uma conclusão da intermediária.
Depois, na parte final da segunda etapa, o segundo chute mais perigoso dos alagoanos foi, de fato, indefensável, no canto. Os dois gols levaram a decisão para os pênaltis, algo que o Inter não tinha sucesso desde as quartas de final da Copa do Brasil de 2019, contra o Palmeiras.
Mas aí vieram as cobranças, e Keiller brilhou. Primeiro defendendo a cobrança imediata após o desperdício de Mauricio. Assim, impediu que o CSA tivesse vantagem, já que os mandantes cobraram depois. Na oitava cobrança dos alagoanos, sua estratégia funcionou. Saltou decidido para o lado direito e espalmou. A bola foi caprichosamente para fora, para alívio de Keiller e festa dos colorados.
— Essa é a vida do goleiro, tanto que é a única função que tem um dia só para si (comemorada em 26 de abril) — brincou o herói da classificação colorada, e completou:
— Precisamos ter cabeça no lugar. Vínhamos de eliminações nos pênaltis, mas agora fomos efetivos, tivemos traquilidade para passar de fase. A rotina está apertada, domingo já tem jogo importante do Brasileiro, e semana que vem tem Libertadores. Vamos pegar confiança e seguir adiante nos campeonatos — finalizou.
Aos 26 anos, talvez a chave tenha mudado também para Keiller no Inter.