Uma queda de rendimento como a que teve o Inter, da campanha de vice-campeonato brasileiro de 2022 para atuações pouco convincentes no Gauchão. Além dos começos de Brasileirão, Libertadores e Copa do Brasil diante de adversários que não estão entre os favoritos aos títulos, não acontece por uma só fator. São muitos os pontos discutidos na equipe de Mano Menezes, mas entre eles está a abertura do meio-campo.
Sem poder contar com Gabriel, o treinador ainda não encontrou uma dupla ideal para a manutenção do seu sistema de jogo desde a arrancada no Estadual. O cenário ganha adeptos para que Campanharo receba um oportunidade de iniciar diante do Flamengo, no final de semana.
Gabriel foi a sustentação do meio-campo do Inter em boa parte da campanha do Brasileirão. O camisa 23, porém, sofreu ruptura dos ligamentos do joelho direito em outubro do ano passado, quando restavam nove rodadas. Sem ele, o Colorado ainda manteve um bom rendimento na reta final da temporada. Em sete dos nove jogos, a dupla de volantes foi formada por Jonnny e De Pena. O aproveitamento da equipe nesses jogos foi de de 72%, fruto de quatro vitórias, uma empata e uma derrota.
Johnny e De Pena foram os escolhidos por Mano Menezes para a abertura do meio-campo na arrancada no Gauchão. Os dois foram os que mais jogaram juntos no setor na temporada, um total de seis partidas, com três vitórias (São Luiz, Ypiranga e Brasil de Pelotas) e três empates (Juventude, Caxias e Independiente Medellín). Apesar da invencibilidade, o desempenho da equipe deixou a desejar, principalmente nos empates.
Mano, assim, fez rodízio no setor em busca de uma dupla ideal. Baralhas, que chegou com o Gauchão em andamento, esteve ao lado de De Pena em cinco jogos. Em um deles, no Gre-Nal, a formação contou ainda com Johnny, que aberto pela direita foi a tentativa do técnico para tentar tornar o time mais sólido defensivamente com a presença de mais um volante de origem. A ideia naufragou com o Inter sendo dominado no primeiro tempo e a escalação desfeita no intervalo com a entrada de Mauricio no lugar de De Pena – Johnny foi centralizado para formar a dupla com Baralhas.
Ainda iniciou partidas o garoto Matheus Dias, em quatro oportunidades, duas vezes atuando ao lado de Johnny (Avenida e Caxias), uma de Baralhas (Aimoré) e outra de De Pena (Esportivo). Nos últimos dois jogos, Baralhas e Johnny iniciaram em equipes que tiveram três atacantes. Ainda em Fortaleza, Mano justificou a dupla com dois jogadores mais marcadores que De Pena exatamente pela opção de ter três atacantes de origem iniciando. Por isso, causou surpresa quando ele repetiu a formação diante do Metropolitanos no Beira-Rio.
Campanharo
O jogo contra os venezuelanos foi de dificuldade para o Inter, que só chegou ao gol da vitória nos acréscimos com Alemão. Nessa reta final de jogo, a formação havia sido alterada taticamente e Campanharo e De Pena foram os volantes. O jogador vindo do Kayserispor-TUR recebeu nota 6 na Cotação de GZH com o seguinte conceito: "Mostrou mais técnica que seus antecessores".
Formado pelo Juventude, Campanharo apareceu inicialmente como meia e também atuava como segundo volante. Depois, passou a jogar também como primeiro homem do meio-campo em suas passagens pela Chapecoense e na Europa, onde defendeu, além do Kayserispor, o Hellas Verona-ITA, o Evian-FRA, e o Ludogorets-BUL.
Técnico de Campanharo no começo da carreira no Juventude, Lisca aponta as qualidade do jogador e o vê com a qualidade para dar a saída de bola que o Inter busca no meio-campo.
— Treinei o Gustavo Campanharo em 2008, ele era juvenil e destaque do clube já jogando no time B. Depois voltamos a trabalhar em 2012, quando eu retornei e ele se recuperava de lesão. Fomos finalistas do Gauchão em 2013 com ele como meia pelo lado direito. A origem dele foi como meia-direita ou segundo volante. É um atleta de boa chegada, que bate muito bem na bola, era o responsável pelas bolas paradas do time. Um jogador muito competitivo, muito talentoso. É um jogador com qualidade para sair como primeiro volante, que acho que é algo que o Inter está precisando — afirmou à GZH.
Até o momento, Campanharo soma apenas 48 minutos com a camisa do Inter, 20 diante do Fortaleza e 28 contra o Metropolitanos. Mais do que por seu desempenho, o baixo rendimento dos seus antecessores cria a expectativa de que sua entrada possa ajudar o Inter a solucionar parte dos seus problemas no meio-campo.
As duplas de volantes do Inter na temporada
Johnny, De Pena
- 3 vitórias (São Luiz, Ypiranga, Brasil-Pel)
- 3 empates (Juventude, Caxias, Independiente Medellín)
Johnny, Matheus Dias
- 2 empates (Avenida, Caxias)
Baralhas, De Pena
- 2 vitórias (São José, CSA)
- 2 empates (Novo Hamburgo, Caxias)
- 1 derrota (Grêmio – Johnny atuou pelo lado direito)
Baralhas, Matheus Dias
- 1 vitória (Aimoré)
Matheus Dias, De Pena
- 1 vitória (Esportivo)
Johnny, Baralhas
- 1 vitória (Metropolitanos)
- 1 empate (Fortaleza)
Quando o time iniciou com três atacantes
- Fortaleza (Johnny, Baralhas)
- Metropolitanos ( Johnny, Baralhas)
- Novo Hamburgo (Baralhas, De Pena)
- CSA (Baralhas, De Pena)
- São José (Baralhas, De Pena)
Campanharo pelo Inter
Fortaleza
- 20 minutos jogados
- 10 passes certos (83% de efetividade)
- 5 cortes
- 3 perdas de posse
- 1 drible sofrido
Metropolitanos
- 28 miniutos jogados
- 33 passes certos (97% de efetividade)
- 1 interceptação
- 1 finalização