O juiz Marco Aurélio Martins Xavier, titular do Juizado do Torcedor, falou na noite deste domingo (26) à Rádio Gaúcha sobre a briga generalizada no Beira-Rio, em Porto Alegre, após a derrota do Inter para o Caxias. Um dos assuntos abordados foi a ação de um torcedor, que foi flagrado invadindo o campo com uma criança no colo e agredindo um jogador.
Segundo o magistrado, o torcedor teria deixado o estádio, no momento em que a segurança do clube estava fazendo o controle da briga.
— Nós estivemos em contato com o departamento de segurança do Internacional e me parece que ele não foi apresentado ali porque não chegou a ser contido no momento da ocorrência. Segundo informações que nós obtivemos, a preocupação inicial do clube foi a de apaziguar o tumulto generalizado que tinha se precipitado no interior do gramado e, neste momento, o torcedor sumiu na multidão. E não pode ser apresentado — afirmou o juiz.
Segundo Xavier, embora o torcedor não tenha sido apresentado no momento, há condições por parte do Inter de monitorar o deslocamento dele no interior do estádio e de obter a identificação. Sobre a possível responsabilização deste torcedor e dos demais envolvidos na briga, inclusive jogadores, o juiz afirmou que é necessário que, inicialmente, se realize uma investigação por parte da Polícia Civil.
— Nós precisamos aguardar primeiro a identificação dos torcedores envolvidos. Isso vai ser encaminhado através dos órgãos policiais. A partir disso, o Ministério Público, recebendo esse expediente, forma sua opinião delitiva e faz os pedidos respectivos ao Juizado do Torcedor — disse.
O juiz lembrou que é crime qualquer forma de invasão ao campo do jogo, pelo delito de tumulto de violência. Em relação ao torcedor, que estava com a criança no colo, o titular do Juizado do Torcedor afirmou que ele poderá responder por outros crimes.
— Não só a invasão, mas também o crime cometido pelo pai em relação ao filho, ou a filha, parece que é uma menina, pela submissão àquela situação de risco, o que evidentemente torna sua conduta bastantemente mais grave do que a dos demais, que simplesmente invadiram o gramado. Parece que também há algumas agressões que ele teria desferido contra torcedores e atletas. Tudo isso depende de uma apuração criminal, que deve ser meticulosa, para apurar as responsabilidades e tomar medidas cabíveis — disse.
Xavier lembrou ainda que, em razão do envolvimento da criança, é possível que o caso seja transferido para o Juizado da Infância e Juventude. Sobre os demais, o juiz lembrou ainda que, além dos torcedores, atletas que tenham se envolvido na briga também podem ser responsabilizados.