O caso do pai que invadiu o gramado do Beira-Rio após o jogo entre Inter e Caxias, na noite de domingo (26), com a filha de três anos no colo e agrediu um jogador da equipe da Serra e um cinegrafista do Grupo RBS, poderá ter consequências para a família. Conforme afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha, o promotor João Paulo Fontoura de Medeiros, da Promotoria de Justiça de Canoas, a condição da criança será avaliada.
— Nesse primeiro momento, haverá uma avaliação dos membros de proteção, como Conselho Tutelar, CREAS e CAPS. Com base nas informações é que vamos verificar se há necessidade de orientação dos pais ou necessidade de acolhimento — explicou o promotor.
Ainda segundo Medeiros, o pai e a mãe da menina relativizaram a conduta de levá-la até o gramado do Beira-Rio. A situação foi considerada "inadmissível" pelo MP.
— O pai, na sua sã consciência, vai em direção ao conflito com a criança no colo. Isso seria inadmissível em qualquer situação, seja no estádio ou num bar. O que não se pode compactuar é que pai e mãe, e foi a impressão que tivemos, relativizem a criança ter sido colocada em risco por essa conduta. Jamais vamos relativizar essa situação de risco em que ela foi colocada por conta da atitude do pai — destaca o promotor.
Dois inquéritos na Polícia Civil
Também nesta segunda-feira, a Polícia Civil instaurou dois inquéritos contra o torcedor que invadiu o gramado do Beira-Rio com a filha no colo.
O homem de 33 anos, de Canoas, é sócio colorado e será investigado por lesão corporal leve e por "submeter criança sob sua autoridade a vexame ou constrangimento", conforme diz o artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Esse crime, em caso de condenação, tem pena de seis meses a dois anos de prisão.
Ele também está proibido de acessar o Beira-Rio por tempo indeterminado. Além disso, como é sócio do Inter, teve a suspensão da participação no quadro social do clube.