Após 14 anos, o Inter voltará a ter um equatoriano. Com o acordo encaminhado para contratar Enner Valencia, 33 anos, será apenas a segunda vez nos 113 de anos do clube que um jogador do Equador defenderá o Colorado. O último representante do país vizinho foi Luis Bolaños, em 2009. A experiência, no entanto, não foi positiva para o clube. Contratado após ser um dos destaques da LDU na conquista da Libertadores de 2008 sobre o Fluminense de Renato Portaluppi, o atacante teve uma passagem apagada pelo Beira-Rio. O jogador marcou três gols em 12 partidas e deixou Porto Alegre após seis meses.
A trajetória de Luis Bolaños pelo Brasil teve início no Santos. O jogador foi comprado pelo Grupo DIS e colocado no clube paulista no início de 2009. A tentativa, no entanto, não deu a resposta esperada. Além das dificuldades técnicas, Bolaños também teve a passagem pela Vila Belmiro minada por problemas de relacionamento no dia a dia.
O Inter recebeu Bolaños em maio, e a primeira impressão ao torcedor colorado entusiasmou. Após estrear contra o Flamengo no Maracanã, o equatoriano marcou três gols em sua estreia no Beira-Rio. Fez todos na goleada por 3 a 0 sobre o Coritiba em um intervalo de nove minutos, mas não conseguiu mais repetir as atuações dos tempos de LDU.
— Era um jogador de velocidade, filho do vento, no primeiro jogo no Beira-Rio fez três gols. Ele veio sem a família e sentiu a adaptação. Esses (jogadores vindos de) países de menor condição social e menor poder aquisitivo sentem muito o tamanho dos nossos clubes. No caso de Enner Valencia, como já vem de centro maior do que os nosso, está acostumado. Vem com outra postura, outra formação. Sem contar que é um excelente jogador — comentou Fernando Carvalho, vice de futebol do Inter em 2009.
Auxiliar de Tite em 2009 no Inter, Cleber Xavier também citou a adaptação como problema:
— Trabalhamos pouco tempo com ele. Era um jogador de velocidade. Ele veio do Santos, mas, infelizmente, não conseguiu se adaptar.
Bolaños acertou o retorno ao futebol equatoriano em 2010. Defendeu o Barcelona e LDU nos anos seguintes. Depois, rodou entre clubes do México e Estados Unidos até retornar ao Equador em 2014. Jogou em seu país até 2021, mas apenas defendendo clubes de menor expressão.