As imagens de corpos estendidos nas ruas de Guayaquil, no Equador, por conta da sobrecarga no trabalho das funerárias, foram um dos momentos mais chocantes da pandemia de coronavírus na América do Sul. Direto da sua casa na capital Quito, o meia-atacante equatoriano Luís Bolaños, 35 anos, ex-Inter, contou ao GaúchaZH que a situação no país está melhorando aos poucos, mas já levou muita gente ao "desespero".
— Estamos passando por um momento muito difícil. As pessoas estão muito preocupadas. Aqui em Quito, a situação está um pouco mais tranquila do que em Guayaquil. Mas há muita gente desesperada com a falta de trabalho e sem dinheiro para comer. Estou em casa com a família. Algumas pessoas conseguem ficar em casa, mas outras, que não têm recursos, não podem ficar. Esse é um dos problemas que existe hoje aqui no Equador. Muita gente trabalha como se fosse um dia normal. Tem muita gente na rua — conta Bolaños.
O meia-atacante, que defendeu o Inter em 2009, revelou que o toque de recolher como medida para combater a pandemia se tornou parte da rotina recente do Equador. A partir do início da tarde, as pessoas são proibidas de sair às ruas.
— Podemos sair de casa das 5h às 14h. Depois das 14h, não podemos mais sair. Se sairmos, a polícia prende e multa. Neste horário, fecham os supermercados, os postos de gasolina e as lojas. Só podem funcionar os restaurantes que vendem comida por telentrega. E só até às 22h — explica o jogador.
Aos 35 anos, Bolaños defende o Olmedo, clube pequeno da cidade de Riobamba, que disputa a primeira divisão equatoriana. Enquanto aguarda a volta dos treinos e dos jogos, o atleta torce pela recuperação do país.
— Agora a situação está melhorando, mas os casos ainda seguem aumentando. Um pouco menos, mas seguem. Esperamos que neste mês o contágio baixe — finaliza.
Com uma população de 17 milhões de habitantes, o Equador já registrou até agora 29,5 mil casos de covid-19, com 2.145 mortes.