Taison é aguardado nesta quinta (12) em Tessalónica, cidade banhada pelo Mar Mediterrâneo e que abriga o PAOK, novo clube do ex-jogador do Inter. A longa viagem entre Porto Alegre e Grécia servirá também para o meia-atacante decorar e aprender a pronúncia do nome do novo time: PAOK é o acrônimo de Panthessalonikeios Athlitikos Omilos Konstantinoupoliton, o equivalente em português a Sport Club Panthessalonikeios de Constantinopla.
A situação da equipe no Campeonato Grego será de assimilação mais simples. A Águia de Duas Cabeças, que representa o poder e a nobreza do conhecimento, ocupa a terceira colocação, a sete pontos do líder Panathinaikos. Faltam nove rodadas para o fim da competição. O PAOK volta a jogar somente em 30 de janeiro, quando enfrenta o Levadiakos.
— A torcida está muito animada com a contratação do Taison. Eles acreditam que ele vai dar uma qualidade extra ao time, além de ser alguém que possa ser um líder para a retomada dos títulos — conta Sotiris Milios, editor-chefe do portal SDNA, o maior site esportivo da Grécia.
O ex-jogador colorado desembarca em time pujante e que vive o melhor momento dos seus quase 97 anos de história.
O clube
A torcida que apoiará Taison não é a maior da Grécia, mas é considerada a mais fanática, apesar de o PAOK ser o quarto maior clube do país. Localizado na região da Macedônia, o time tem cerca de 50% dos torcedores da região. E esses torcedores estão exultantes com o atual momento.
Desde 2012, vive-se em Tessalónica um clima de euforia. A partir daquele ano, o clube voltou a ser campeão nacional (de maneira invicta), o que só havia ocorrido duas vezes, uma na década de 1970 e outra na de 1980. No período, ninguém ergueu tantas vezes a Copa Grega como o PAOK, foram quatro títulos do torneio. Tudo graças ao magnata grego-russo Ivan Savvidis.
O dono
Com uma fortuna de 1,6 bilhões de dólares, segundo a revista Forbes, Savvidis chegou à cidade da Grécia para mudar o destino do PAOK. Quitou dívidas, realizou investimentos e conquistou títulos, iniciando uma era inédita no clube. Em 2015, em uma reunião com o governo local, saldou a dívida do clube de uma tacada só.
— Me encontrei para tomar uma xícara de café que me custou 10,8 milhões de euros — brincou, ao comentar o valor que equivale a 0,6% de sua fortuna.
As posses do magnata são oriundas, principalmente, do agronegócio, investimento em empresas de mídia e na área tabagista.
Savvidis é uma espécie de Eurico Miranda grego, capaz de tomar atitudes extremas quando se sente prejudicado. Em 2018, o "Gregão" foi suspenso por sua causa. Em 11 de março daquele ano, o PAOK teve um gol anulado por impedimento diante do AEK.
Irritado com a decisão, o magnata, acompanhado de seus guarda-costas, invadiu o gramado e tentou tirar sua equipe de campo. Depois, foi descoberto que ele estava armado. Savvidis foi suspenso de entrar em um estádio por três anos.
Os conhecidos de Taison
Na Grécia, Taison encontrará amigos. José Boto, diretor esportivo do PAOK, foi dirigente do Shakhtar na época em que o jogador estava na Ucrânia. O técnico Razvan Lucescu é filho de Mircea Lucescu, treinador responsável por levar o ex-colorado para Donetsk.
Se Savvidis trouxe a grana, Razvan foi o responsável por transformar o dinheiro em troféus. O romeno foi responsável pelos principais títulos, mas saiu do clube em 2019, após desentendimento sobre a política de transferências do clube.
Para o seu lugar, chegou Abel Ferreira. O treinador do Palmeiras não deixou saudades no litoral grego. O português queria a saída de alguns jogadores venerados pelo torcedor, entre eles o brasileiro Léo Matos, contratado pelo Vasco em 2020.
Em 2021, Lucescu retornou para reconstruir o time em torno do meia Giannis Konstantelias e do zagueiro Konstantinos Koulierakis, considerados os principais nomes da nova geração grega. Nesse contexto, Taison chega para que o gramado do Estádio Toumba possa voltar a ser invadido pelos fanáticos torcedores da Águia de Duas Cabeças.