Para vencer o Goiás, às 11h deste domingo, o Inter aposta em uma barreira. Nas últimas seis partidas no Beira-Rio pelo Brasileirão (e sete no total), o time não levou gol. A solidez defensiva é uma marca do time de Mano Menezes.
E nem mesmo a lesão de Mercado, que ficará ao menos três semanas de fora, tira a confiança da equipe. Seu substituto, Rodrigo Moledo, é um dos xodós da torcida.
O argentino sentiu dores e até deixou mais cedo o jogo com o Flamengo, no Maracanã, na quarta. Após a realização de exames, ficou comprovado que se tratava de lesão muscular na panturrilha direita que vai lhe tirar de ao menos quatro partidas do Brasileirão.
Chance para Rodrigo Moledo voltar ao time. O zagueiro de 34 anos (completa 35 ainda em outubro) entrou em campo 16 vezes, com média de cerca de 47 minutos por partida.
Do grupo atual, é o segundo que mais vestiu a camisa colorada, com 216 jogos, atrás apenas de Edenilson (301). É um dos nomes mais aplaudidos quando anunciado no telão antes de a bola rolar.
O que atrapalhou o 2022 de Moledo foram as lesões. Desde a ruptura do ligamento cruzado posterior do joelho direito ocorrido em janeiro de 2021, sofre para conseguir regularidade. Foram 15 meses de recuperação até que retornasse aos gramados, em 14 de março.
Mas, como costuma ocorrer com atletas nessas condições, teve lesões musculares. Recuperou-se definitivamente em setembro e desde então tem ficado no banco, entrando nos momentos finais das partidas.
Isso porque a dupla Mercado e Vitão se consolidou. A juventude do zagueiro que veio da Ucrânia após a deflagração da greve com a Rússia casou perfeitamente com a experiência do argentino, titular da Copa do Mundo de 2018. Somados aos laterais Bustos e Renê, estão invictos. Renê é um jogador mais defensivo, que recompõe a linha e permite que seu colega de lado oposto avance e seja figura frequente no ataque.
O panorama não deve ser tão diferente com a troca de zagueiros. Assim como Mercado, Moledo é um zagueiro que costuma "simplificar", desarmar e jogar curto, com o companheiro mais próximo, ou mesmo afastar a bola. O que muda é o perfil de liderança: o argentino costuma se impor também com gritos e orientações, enquanto o brasileiro é mais quieto e tem uma ascensão mais por desempenho em campo do que pela voz.
Será um momento importante para Moledo confirmar a necessidade de renovação de contrato. Assim como Mercado, também tem vínculo expirando no final do ano. O primeiro está com renovação engatilhada. Vitão estendeu acordo até metade de 2023. Tempo para o Inter monitorar a situação do Shakhtar e apresentar uma proposta para tê-lo em definitivo.
Além dos zagueiros, o outro acréscimo ao time foi Keiller, possível novo titular. Seu desempenho no Maracanã deu mais confiança aos colorados. Ele dividiu com os companheiros os méritos da noite e do momento da defesa:
— Venho aproveitando as oportunidades, mas agradeço ao empenho de todos pelo desempenho em campo.
Mano Menezes ainda não confirmou a manutenção de Keiller, mas em entrevista recente, deu a entender que o o goleiro tende a ficar:
— A questão do gol é mais delicada. Não se troca goleiro toda semana. É uma posição diferente. Defender esse ou aquele não quer dizer que não tenha confiança. Obedecemos o campo. O campo manda.
Estatísticas para que os colorados tenham confiança não faltam: o Inter é a segunda melhor defesa do Brasileirão, não leva gol em casa desde o 3 a 3 contra o São Paulo em 20 de julho (a melhor sequência do século como mandante) e só foi vazado seis vezes nas últimas 10 partidas. A manutenção do segundo lugar, com encaminhamento definitivo de vaga à fase de grupos da próxima Libertadores passa por sair zerado contra o Goiás.