O tradicional dito popular de que a "união faz a força" é um dos nortes da campanha histórica das Gurias Coloradas no Brasileirão Feminino. Ao passar pelo São Paulo, no Morumbi, na noite desta segunda-feira (12), o elenco pôde confirmar a consolidação do trabalho.
— Pautamos muito a força do grupo. Quando temos essa força, as individualidades aparecem. Para isso acontecer, precisamos da doação delas. Isso nós temos aqui no Inter. Temos muito a solidariedade dentro do jogo e definimos que isso seria o nosso diferencial. O campeonato foi de equilibro, mas o Inter, neste sentido, foi a equipe mais equilibrada em relação à divisão dos gols, no quanto faz e sofre gols. Isso só acontece quando se tem um grupo forte e unido. Essa é a palavra-chave do nosso trabalho — apontou o técnico Maurício Salgado no pós-jogo.
A vaga inédita para a final não é consequência apenas da campanha deste ano. Com o projeto feminino desde 2017, o clube buscou profissionalizar a área e apostar na consolidação da modalidade. Não se trata apenas no investimento no principal, mas no aproveitamento das categorias de base. Jovens talentos que acumulam troféus do sub-16 ao sub-20 do Brasileirão. Agora, com a oportunidade de conquistar o primeiro na disputa adulta.
— Acho que as equipes precisam de um plano de ação. Obviamente que os objetivos imediatos são os campeonatos. Mas é necessário se ter um norte para seguir. O plano do Inter está consolidado: valorizar a base, que esteja muito próxima do profissional e que se tenha jogadoras com bagagem para dar tranquilidade para estas que sobem. O feminino do Inter se pauta assim.
O resultado do trabalho está na figura de May. Goleira prata da casa, que defendeu o pênalti no Morumbi e garantiu a classificação à final. A camisa 12 assumiu a titularidade nesta temporada após os bons rendimentos da base: campeã do Brasileirão Feminino sub-18, além do título gaúcho sub-18 vencido sem sofrer gols.
— Isso é uma coisas legal de se falar de grupo, as três goleiras se ajudam mutuamente, se auxiliam nos treinos. A May é uma jovem goleira com um potencial gigante. Conversamos muito sobre ela ter a confiança, porque temos essa confiança nela. Quem vê ela nos treinos, sabe que ela é uma goleira de ponta. Eu estou muito orgulhoso disso. As três goleiras têm um futuro brilhante no futebol feminino.
Agora, na finalíssima, as Gurias Coloradas enfrentarão as atuais bicampeãs brasileiras. Times que já se encontraram na primeira fase e que ficaram no 1 a 1, em São Paulo, pela 13ª rodada. Aliás, o resultado manteve a invencibilidade do time gaúcho contra os paulistas. Além de ser um "intruso" constante na parte de cima da tabela desde o início, o Inter mostrou que está pronto para brigar pelo título.
— Algumas palavras que temos de norte é ambição, trabalho de grupo e evolução. O nosso time faz muito autocrítica e costuma falar que os jogos nos preparam. Este ano, já tivemos partidas que saímos ganhando e tivemos de buscar o resultado, frustração por aqueles que não conseguimos vencer, e, quando ganhamos, tivemos na análise final pontos a serem corrigidos. Quando você vai evoluindo, você vai ganhando casca. O diferencial do ano passado para agora é que o time está mais cascudo.