Autor do gol da abertura do placar na vitória do Inter sobre o Coritiba, na noite de sexta-feira (24), Taison desabafou na zona mista do Beira-Rio pelas críticas que vem recebendo, principalmente pelo fato de ter sido apontado com o líder da greve dos jogadores colorados, no início do mês.
— Algumas pessoas me acusaram de fazer algo que eu nunca faria na vida. Não é da minha índole barrar os jogadores de treinar. Eu fui criado de uma forma bem diferente. A pessoa que postou isso me magoou muito. Não só a mim como minha esposa, que está com oito meses de gravidez, e atingiu minha mãe. As redes sociais são muito perigosas e isso me chateou de coração. Torcedor do Inter me machucou muito, mas eu entendo, pois ele tem todo o direito de acreditar nessas mentiras — disse Taison.
Na sequência, Taison foi questionado sobre o que de fato ocorreu na reunião entre os jogadores do dia 2 de junho, quando o treinamento previsto para a manhã acabou ocorrendo apenas no período da tarde. Na resposta, ele voltou a demonstrar o incômodo por ter sido colocado como líder.
— Foi uma reunião de todo mundo. Tinham 35 jogadores no vestiário e todos falaram. Mas aí foram lá e disseram que foi o Taison que fez o negócio. Isso é errado. Eu não vou parar 35 jogadores e dizer que ninguém vai treinar por isso ou aquilo. Eu vim já sabendo a situação que o clube passa. Por favor, não façam mais isso, pois atinge as pessoas que me amam e pessoas que ficam preocupadas comigo — clamou.
Vaias
De volta ao time titular após mais de dois meses, o nome de Taison foi vaiado no momento da escalação do sistema de som do Beira-Rio. O atacante de 34 anos havia ficado no banco de reservas nas últimas sete partidas, sempre entrando no decorrer dos jogos. Experiente, ele compreende o sentimento da torcida.
— A torcida tem o direito de me vaiar. Posso ser vaiado, não tem problema nenhum. Mas eu prefiro ser vaiado pelo rendimento em campo, não pelo que as pessoas vão postar e eles vão acreditar. Tenho um carinho imenso pela torcida do Inter e gratidão. Muitos jogadores saem daqui e depois não voltam. Eu voltei sabendo tudo que o clube estava passando. Mas são algumas pessoas, não todas — afirmou Taison, projetando sua sequência no Beira-Rio:
— Eu espero que o futuro seja que nem a minha chegada. Eles estavam esperando por tanto tempo. Eu cheguei e não quero sair do clube brigado com alguém, pelas portas dos fundos. Quero um dia acabar a minha carreira aqui e sair na porta da frente, agradecendo por tudo que fizeram por mim.
Com Alan Patrick e Wanderson lesionados, a tendência é de que Taison e Pedro Henrique sejam mantidos no ataque do Inter para o confronto com o Colo-Colo na próxima terça-feira (28) pela Copa Sul-Americana.