O técnico Mano Menezes começou sua trajetória no Inter com vitória de 1 a 0 sobre o Fluminense, no sábado (23), e já apresentou no Maracanã algumas mudanças táticas em relação ao que vinha sendo feito por Alexander Medina. GZH mostra as novidades que o Colorado teve no Rio de Janeiro no jogo válido pela terceira rodada do Brasileirão.
Sistema tático
A primeira diferença de Mano para Alexander Medina esteve no sistema tático. O novo treinador manteve o desenho utilizado pelo auxiliar Cauan de Almeida diante do Fortaleza e mandou o Inter a campo no 4-1-4-1 abrindo mão do 4-2-3-1 de Medina para iniciar o jogo. O time ainda teve mudanças nos posicionamentos das peças, além da ausência do agora aposentado D’Alessandro, em relação ao confronto com os nordestinos.
No Maracanã, Gabriel foi mantido como primeiro volante tendo a sua frente Edenilson, que ocupou o lugar que havia sido de Johnny contra o Fortaleza. Carlos de Pena completou o tripé de meio-campo em uma novidade. Contratado a pedido de Medina, o uruguaio havia sido utilizado apenas pelo lado do campo com o antigo treinador, tanto como extrema quanto como lateral – ala no segundo tempo contra o Atlético-MG.
Com De Pena pela faixa central, Mauricio foi deslocado para atuar aberto pela direita, a função de D’Alessandro contra o Fortaleza, e o estreante Wanderson ocupou a extrema esquerda com Wesley Moraes mantido como centroavante.
Na volta do intervalo, além da entrada de Alemão no lugar de Wesley Moraes, Mano Menezes mexeu também no sistema tático, voltando para o 4-2-3-1 que vinha sendo utilizado por Medina. Assim, o Colorado teve Edenilson alinhado a Gabriel como dupla de volantes, Wanderson foi deslocado para a direita com Mauricio sendo o meia central e Carlos de Pena como extrema pela esquerda.
Após a partida, Mano reconheceu que a mudança não surtiu o efeito esperado e, por isso, mudou novamente um pouco antes do gol de Alemão.
— Não voltamos tão bem para o segundo tempo, foi o momento que mais tivemos dificuldades. Eu propus uma mudança tática para o 4-2-3-1 e não ficou boa, tanto que desfizemos logo em seguida. Já na primeira bola fizemos o gol, o que deu maior tranquilidade e possibilidades de continuar organizado — admitiu.
Em vantagem no placar, Mano colocou David no lugar de Wanderson e, logo depois, Boschilia na vaga de Mauricio. Nos minutos finais Rodrigo Dourado entrou para aumentar o poder de marcação no lugar de Edenilson.
Posicionamento defensivo
Outra diferença apresentada por Mano Menezes esteve na altura das linhas. O Inter marcou no Maracanã mais recuado que nos tempos de Medina. Sem adiantar tanto o time, o Colorado deixou um espaço menor entre os zagueiros e o goleiro Daniel. O gráfico de mapa de calor do site Sofascore mostra como o posicionamento médio da equipe contra o Fluminense foi mais baixo que o da derrota para o Atlético-MG, na primeira rodada, a única partida de Medina no Brasileirão.
Também houve mudança na bola aérea defensiva. Com Medina, o Inter marcava de maneira individual nos escanteios e no sábado adotou um sistema com predominância em zona. Em resumo, com Medina os defensores “casavam” em cada jogador adversário na área. No sábado, o posicionamento dos defensores colorados nos escanteios do Fluminense deu preferência para a ocupação de espaços definidos da área e não apenas de acordo com o posicionamento dos adversários.
Aproveitar estrutura
Vitorioso em sua estreia, Mano Menezes tratou de ressaltar logo após o jogo que, embora tenha feito mudanças, aproveitou a base do trabalho da antiga comissão técnica. Algo que vinha sendo feito com Medina e foi mantido no Maracanã foi a liberdade de apoio para Bustos. Iniciando com uma linha de quatro defensores, o argentino teve a possibilidade de avançar constantemente pelo lado direito com Mauricio saindo do lado para dentro na fase ofensiva. Nesse momento, Renê serviu como base para auxiliar os dois zagueiros e Wanderson foi o responsável por dar a amplitude pela esquerda. Mano afirmou que ter um jogador agudo por ali deu equilíbrio ao time.
— O dia que me criticarem injustamente vou tentar dizer que não, mas também não vou assumir elogios de um trabalho que ainda está iniciando. O Inter não está começando a temporada comigo, teve um trabalho que, mesmo que não teve tudo de positivo, teve coisas que certamente aproveitamos. O que disse aos jogadores foi que queria uma organização tática. Foi muito bom ver a equipe começar o jogo com a organização que mostrou. O time estava bem distribuído. A escolha de um homem mais agudo pela esquerda nos possibilitou equilibrar mais. Logo no início tivemos três ou quatro saídas boas pelo lado — avaliou.
Depois de ter tido apenas dois treinos para preparar o time para a estreia, Mano já fará nesta terça-feira, na Colômbia, seu segundo jogo na casamata coloradao. Será na base da conversa que ele poderá fazer novas mudanças e correções no Inter para buscar a vitória contra o Independiente Medellín.