Para ter um começo de trabalho perfeito, Mano Menezes tem mais uma missão ainda nesta semana. Depois de vencer na estreia, diante do Fluminense, o técnico vai em busca de um bom resultado na Colômbia, onde o Inter enfrenta nesta terça-feira o Independiente Medellin pela terceira rodada da Sul-Americana. No sábado, a amostragem inicial foi impecável: não só seu time fez 1 a 0, no Maracanã, como não permitiu ao adversário alguma ameaça real ao gol de Daniel.
O resultado ajudou o Inter a manter uma boa média no Brasileirão, com 66% de aproveitamento após três rodadas, sendo duas como visitante. Agora, a meta é recuperar espaço na Sul-Americana, competição na qual somou dois pontos de seis possíveis. Os colombianos estão com quatro.
O segundo jogo de Mano, porém, não terá grande preparação especial. O treinador terá apenas uma sessão de trabalho para definir o time. A prioridade é recuperar jogadores. Wanderson e Edenilson saíram do Maracanã bastante desgastados, e Moledo é desfalque certo, pois fará um trabalho especial de condicionamento físico.
Mas tudo isso será feito com a tranquilidade de quem está ganhando. A vitória deu segurança e otimismo para o trabalho e mesmo as correções ficam menos pesadas.
— Procurei iniciar com uma escalação menos mexida possível, até porque o time vinha de uma vitória. Não podia mudar tudo só para ser o pai da criança. Agora vamos ver as coisas e analisar ganhando é mais tranquilo — declarou o treinador.
Mano Menezes, inclusive, aproveitou para dividir os méritos do resultado com os técnicos anteriores, Alexander Medina e Cuan de Almeida (interino):
— Fizemos dois treinamentos, e isso possibilitaria pequenos ajustes naquilo que eu achava que deveria acontecer, mas não a ponto de modificar a equipe significativamente. Procuro ser justo, o dia que me criticarem e achar injusto vou falar, mas também não vou ficar recebendo elogios que não são meus.
Segundo o treinador, seu mérito foi convencer os jogadores a manter um sistema de jogo. Houve uma pequena variação em campo ao longo da partida, mas que, sem dar a resposta esperada, logo foi desfeita.
— Queria organização tática, acho que a escolha de um homem agudo pela esquerda possibilitou escapar mais. Gostei que a equipe esteve mais segura. O único momento que não voltamos tão bem foi no começo do segundo tempo, quando mudamos para o 4-2-3-1. Desfizemos e, na primeira chance, fizemos o gol e pudemos ficar organizados para sair no contra-ataque. Era importante construir vitória para dar confiança e apresentar um futebol vistoso.
A experiência e o conhecimento de Mano foram destacados pelos jogadores. De Pena, um dos melhores em campo, comentou, que o treinador trouxe uma "atitude positiva", que permitiu a todos correrem mais. O jogador, que foi um dos melhores em campo, atuou como meia esquerda.
— Me sinto bem em qualquer uma das funções pelo lado esquerdo (lateral, meia e extrema), mas a de hoje (sábado) é a que me sinto mais cômodo.
O outro destaque do time, é claro, foi Alemão. O centroavante precisou de apenas oito minutos para fazer o gol e garantir a vitória. Mostrou humildade:
— O gol foi meu, mas quem mereceu a vitória foi o Inter. Fico feliz por ter sido abençoado por Deus.
E ganhou elogio de Mano, inclusive na comparação com seu colega de função em campo:
— Alemão está em formação, oscila entre lances brilhantes e outros que ainda não saem tão bem. É voluntarioso, briga por todas as bolas, incomoda os centrais dos adversários, e sabemos que defesas não gostam de ser incomodadas. E no gol, ele atacou a bola. Se antecipou. Era isso que expliquei ao Wesley: não pode esperar. Precisa ser agressivo. A única forma de chegar na frente é saindo na frente.