A derrota do Inter para o Atlético-MG na estreia do Brasileirão está longe de ser inesperada. Mas os colorados saíram do Mineirão com duas análises após o 2 a 0 deste domingo. A primeira, é claro, diz respeito à insatisfação pelo resultado, já que a equipe inicia mais uma vez o campeonato já precisando correr atrás de pontos. A segunda, porém, é de que o resultado se deu principalmente pela atuação exuberante de Hulk, centroavante do Galo, autor dos dois gols, e que o desempenho colorado, especialmente no segundo tempo, deixa esperança para um futuro melhor em 2022.
Essas impressões ficaram nítidas pela entrevista concedida por Emilio Papaléo, vice de futebol, após a partida. Ele demonstrou, ao mesmo tempo, estar satisfeito com o rendimento, mas inconformado com o resultado:
— Tiramos coisas boas, não é fácil jogar contra um dos melhores times do Brasil fora de casa, com casa cheia, um plantel excepcional, mas tivemos bons momentos, poder de reação, claro tomamos gol fortuito. Ninguém está satisfeito com isso, mas não entendemos que o resultado seja fora da curva. Estamos inconformados, poderíamos ter resultado melhor, mas futebol é assim que funciona.
Para o técnico Alexander Medina, a metade final de sua equipe mostrou algumas coisas que pretende apresentar ao longo do ano. De fato, foi após o intervalo que o Inter cresceu, teve mais coragem, atacou e esteve muito próximo de empatar o confronto, após levar 1 a 0 no primeiro tempo. No vestiário, ele mexeu no sistema, transformando o Inter em um 3-5-2, com Mercado juntando-se a Kaique Rocha e Bruno Méndez. O time pressionou, mas acabou levando o segundo no último lance.
— Foram dois tempos distintos. No primeiro, eles dominaram. No segundo, fomos nós. Melhoramos a performance mudando o sistema, os jogadores, dando amplitude, tivemos posse de bola, criamos oportunidade para empatar. Levamos o segundo quando estávamos todos em cima — disse o treinador.
O problema para Medina e seus comandados, de fato, não está no jogo do Mineirão. E, sim, no que vem ocorrendo ao longo do ano, com as eliminações precoces em Gauchão e Copa do Brasil. Há pressa para que a equipe dê uma resposta na temporada. Mas perguntando sobre um prazo para melhorar o desempenho, o técnico respondeu:
— Falar em dias é difícil, mas estamos evoluindo e mostramos isso. Temos coisas positivas para além do resultado negativo.
Medina mencionou, entre as justificativas para a derrota, a possibilidade de incorporar reforços. Já estão contratados Wanderson e Vitão, que ainda não estrearam, bem como David, que está no departamento médico. O clube corre contra o tempo para concluir a negociação de Renê, lateral-esquerdo do Flamengo, e de Alan Patrick, do Shakhtar. Vitor Roque, atacante, promessa do Cruzeiro, também teve nome ligado a um interesse do colorado.
Wanderson e Vitão podem ficar à disposição na quinta-feira, quando o Inter faz seu primeiro jogo em casa pela Copa Sul-Americana, diante do Guairena-PAR. David ainda deve demorar mais uns dias, com tendência de retornar contra o Fluminense, no dia 23.
— Temos jogadores importantes que estão fora por lesão. Outros vão ajudar a dar um salto. Quando tivermos todos os jogadores à disposição, seremos um time duro. Mostramos aqui no Mineirão — resumiu Medina.
Para o bem do treinador, e principalmente do time, é melhor que isso ocorra. O Inter de 2022 (na verdade até o Inter do final de 2021) não dá segurança a ninguém para um Brasileirão tranquilo ou até mesmo otimista.