A contratação de pontas tem sido um pedido recorrente no Inter nos últimos anos. Vários nomes foram tentados pela direção. Alguns desembarcaram no Beire-Rio, mas ninguém com a capacidade para se firmar no elenco. Nas últimas semanas, o departamento de futebol trouxe Wanderson e Carlos de Pena para tentar solucionar o problema.
A escassez de jogadores insinuantes pelo lado do campo surgiu após a saída de Eduardo Coudet no fim de 2020. O argentino montou o seu time no esquema 4-1-3-2 . Sem a necessidade de atacantes de lado, o clube se desfez dos extremas no primeiro semestre de 2020 e ainda não conseguiu suprir a carência.
Abel Braga, que assumiu a equipe na sequência daquela temporada, constatou a deficiência quando formou o time no 4-2-3-1 e precisou dar a Caio Vidal um lugar no time titular. A partir da chegada de Miguel Ángel Ramírez, em 2021, o assunto retornou para a pauta. O Colorado foi ao mercado e contratou dois atacantes que poderiam ser colocados pelos flancos, mas se mostraram mais eficientes jogando por trás do centroavante: Taison e Carlos Palacios. O chileno foi negociado com o Vasco e já deixou Porto Alegre.
Nem mesmo a chegada de Gustavo Maia no meio da temporada passada, já com o comando de Diego Aguirre, foi suficiente. Sendo assim, a temática persiste e é abordada com frequência nas entrevistas de Alexander Medina, o atual comandante. Agora, com as chegadas de Wanderson e Carlos de Pena, a direção colorada espera pular de tópico.
— Nossa ideia é jogar com extremos que atuam em profundidade. Estamos na busca de contratar jogadores nessa posição, pois creio que nesse lugar não temos os jogadores adequados. Temos interiores que podem jogar nessa posição, mas não são extremos profundos, eles tendem a ir para dentro — disse Cacique, em 20 de fevereiro.
Na mesma época, o presidente Alessandro Barcellos se manifestou de forma similar:
— Estamos buscando com cuidado para dar ao treinador jogadores com perfis que possam jogar dessa forma, com amplitude e pressão alta.
Naquele momento, o Inter conversava com Marrony, do Midtjylland-DIN. A negociação não teve um desfecho positivo. Destino similar aconteceu com Marinho, Nikão, Brian Rodríguez e Ezequiel Barco. Enquanto isso, o treinador uruguaio permaneceu utilizando o volante Edenilson pela ponta direita e conseguiu convencer Taison, que ao longo da carreira tornou-se um jogador de centro, a retomar ao posicionamento dos seus primeiros anos como profissional.
David, outro contratado para atuar pelo lado, se encaixou melhor centralizado – como também ocorrera no Fortaleza . Com esta formação, o Colorado chegou a ter uma sensível evolução, até vencendo dois Gre-Nais do Gauchão. Porém, visando um ano de Brasileirão e Copa Sul-Americana, Medina recebeu novos nomes.
Contratados
Com a suspensão dos contratos de atletas que atuavam na Rússia e na Ucrânia, o Inter buscou um nome em cada país. Wanderson chegou do Krasnodar, da Rússia, enquanto Carlos de Pena foi contratado junto ao Dinamo de Kiev, da Ucrânia. O primeiro está machucado e ainda não está disponível para atuar. De Pena, por outro lado, vive a expectativa de ver o clube superar as pendências burocráticas e ser inscrito na Copa Sul-Americana nesta segunda-feira (4). Dois dias depois, o Colorado estreia na competição contra o 9 de Octubre, em Manta, no Equador.
O uruguaio de 30 anos foi companheiro e atleta de Cacique Medina no Nacional. Ele atua preferencialmente pela faixa esquerda do ataque, hoje ocupada por Taison. Este pode retornar ao meio-campo. Quando estiver em boas condições físicas, Wanderson pode ocupar a faixa direita ofensiva, possibilitando que Edenilson atue como segundo volante, posição em que é muito elogiado até por Tite, técnico da Seleção Brasileira.
Pensando em alternativas no banco, David se recupera de lesão. Medina não deixou claro os seus planos sobre o jogador. Há a chance de brigar por um lugar na ponta ou por dentro na linha de meias atrás do centroavante. Outra opção na reserva é Caio Vidal. Considerando que o Inter terá 38 jogos no Brasileirão e mais 11 pela Sul-Americana, caso chegue na decisão, o calendário pesado pode exigir mais alternativas.