Depois de muitas críticas e protagonizar algumas decepções, como a eliminação precoce na Copa do Brasil, o Inter construiu uma vitória incontestável no Gre-Nal 435.
Apesar do placar final mostrar uma vantagem mínima de 1 a 0, graças ao gol anotado por David nos acréscimos do primeiro tempo, a equipe comandada por Alexander Medina se sobressaiu ao Grêmio em praticamente toda a partida. Confira três motivos que ajudam a explicar a superioridade colorada:
1) Busca pelo ataque
As reclamações feitas por Medina no último jogo, de que faltou transformar criatividade em finalizações, parecem ter surtido efeito no vestiário. Desde o minuto inicial do clássico, o Inter buscou o ataque, com o lateral Moisés obrigando o goleiro Brenno a fazer uma grande defesa em chute de fora da área.
De acordo com levantamento do Footstats, ao todo, foram 18 finalizações coloradas (13 delas apenas no primeiro tempo), contra apenas quatro do Tricolor. O lance que origina o gol é um ótimo exemplo da volúpia ofensiva do time mandante. No momento do cruzamento de Bustos, a bola enviada à área passou pelo volante Gabriel e pelo meia Maurício, até chegar a David, na segunda trave. Ou seja, o Colorado quase sempre atacava em blocos de cinco ou seis homens.
2) Fluidez do meio-campo
Pela primeira vez, o treinador uruguaio viu se materializar o meio-campo combativo e ágil que ele prometia. A bola saía limpa desde os volantes. Não à toa, Gabriel foi o jogador que mais acertou passes na partida — 63, empatado com o zagueiro Kaique Rocha.
Mais adiante, o trio de meio-campo formado por Edenilson, Mauricio e Taison trocava de posição, confundindo a marcação gremista. Esta movimentação intensa contribuiu para que o Colorado encerrasse o clássico com mais de 63% de posse de bola.
3) Combatividade defensiva
Por atuar grande parte do jogo em linhas altas, seria previsível que o Inter sofresse com contra-ataques. Esta, inclusive, era a estratégia do técnico Roger Machado. No entanto, além da combatividade apresentada no meio-campo, os laterais colorados conseguiram se mostrar atentos na recomposição. Liziero foi responsável por quatro desarmes. Gabriel e Bustos vieram logo atrás, com três.