O Inter está atento à guerra na Ucrânia. Com valores a receber do Zenit-RUS pela negociação do atacante Yuri Alberto, a direção monitora os possíveis impactos econômicos do conflito no clube russo, que pode ser um dos mais afetados pela sua relação com o gás natural.
A maior parte das ações do Zenit pertence à Gazprom, companhia de energia controlada pelo governo da Rússia e considerada a maior exportadora de gás natural do mundo. Logo, se a guerra afetar os negócios da empresa, o clube de Yuri Alberto perderia poder financeiro.
Segundo o professor de Direito Internacional da PUCRS, Gustavo Pereira, dois fatores poderiam impactar os negócios da Gazprom durante a guerra: um eventual boicote dos países ocidentais ao gás russo ou uma possível danificação dos gasodutos da empresa durante os bombardeios.
— O gás russo abastece a Europa como um todo. A guerra poderia acelerar a busca europeia por outras fontes de energia. Porém, se discute também uma intensificação na parceria entre Rússia e China para exportação de gás. Mas não se sabe se a demanda da Europa poderia ser suportada pela China. É muito cedo para dizer. Em um patamar de guerra, as consequências podem ser catastróficas para o mundo todo — disse à GZH.
O Inter vendeu Yuri Alberto ao Zenit por 25 milhões de euros (R$ 150 milhões), sendo que o clube gaúcho tem direito a 75% do valor. Embora uma boa parte já tenha sido depositada, algumas parcelas serão quitadas ao longo de 2022 e são consideradas importantes para o caixa colorado.
Além disso, as sanções econômicas anunciadas pelos Estados Unidos e outros países ocidentais contra a Rússia despertaram atenção no mundo do futebol, pois devem afetar a capacidade de investimento do CSKA e do Dinamo Moscou, clubes controlados por uma instituição financeira estatal russa e que são potenciais compradores de atletas brasileiros.