Com a cada vez mais iminente saída de Diego Aguirre, aumentam os rumores da busca de um novo técnico para o Inter em 2022. O atual treinador colorado está mais próximo de ser contatado pela Associação Uruguaia de Futebol (AUF) para substituir Óscar Tabárez, e o convite deve ser formalizado até a próxima semana. Eduardo Coudet é o sonho, mas sua saída do Celta de Vigo aparenta algo bastante distante. Sem ele, há pelo menos cinco nomes no radar.
O trâmite "oficial" para uma saída de Coudet envolveria o pagamento de uma multa cujo valor transformado na moeda brasileira ultrapassaria os R$ 60 milhões. Assim, só mesmo se ele fosse demitido por outras razões para sair antes de 2024.
Como a possibilidade do retorno é bastante remota, as outras opções começam a ser avaliadas. O processo funciona da seguinte maneira: alguns nomes serão sugeridos pela direção ao Centro de Análise e Prospecção de Atletas (CAPA) — bem como o inverso. Eles farão estudos e apresentarão relatórios. Os profissionais que agradarem mais serão ouvidos e, a partir disso, ocorrerá alguma negociação.
A maior parte dos nomes especulados até o momento é de estrangeiros. Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza), Eduardo Domíngues (Colón-ARG), Hernán Crespo (sem clube após a saída do São Paulo) apareceram, assim como Alexander Medina (Talleres). Entre os brasileiros, o nome que agrada aos dirigentes é Roger Machado.
Isso tudo, porém, deve ser feito depois do final do Brasileirão, daqui a uma semana. Até lá, tanto Aguirre quanto dirigentes estarão com energias direcionadas a buscar uma vaga na próxima Libertadores. Há dois jogos antes de terminar a temporada. Enquanto isso, veja os principais candidatos.
Juan Pablo Vojvoda
Zagueiro argentino sem lá muito brilho nos anos 2000, o técnico de 46 anos foi a sensação do Brasileirão atual. Em um Fortaleza de pouco investimento, está praticamente garantido na Libertadores da próxima temporada. E quando isso for confirmado, automaticamente renovará seu vínculo com o Tricolor cearense. No novo contrato, a valorização salarial vem acompanhada de uma multa para rescisão superior a 1 milhão de dólares (cerca de R$ 5,6 milhões).
É considerado um treinador de boa gestão de grupo e com ideias mais arejadas. Montou seu time com três zagueiros, dois jogadores mais centralizados e sem pontas. Foca na manutenção da bola, porém menos ortodoxo do que Miguel Ángel Ramírez, por exemplo.
— O Fortaleza é um time equilibrado entre setores, com ideias muito claras e performances ainda mais evidentes em campo — opinou o comentarista Tom Alexandrino, da TV Verdes Mares, de Fortaleza.
Eduardo Domínguez
Defensor argentino com passagem por clubes grandes de sua terra natal, como Vélez, Racing e Independiente, o treinador é um dos xodós da América do Sul. Aos 43 anos, entrou para a história do futebol do país vizinho ao ser campeão nacional com o modesto Colón, de Santa Fe, na última temporada. Nesta semana, jornais informaram que deve deixar o clube no próximo mês.
Domínguez é considerado um dos mais promissores de sua geração. Já teve seu nome especulado no Brasil em maio de 2021, quando o Corinthians não sabia do futuro de Sylvinho. Monta os times na mesma formatação de Coudet, com três meias atrás de dois atacantes e exige intensidade de seus jogadores.
"Foi uma equipe altamente fluída com a bola no pé, resiliente na defesa, capaz de se adaptar a diferentes exigências e com momentos de verdadeira magia", analisou o portal Footure sobre o trabalho de Domínguez no Colón.
Hernán Crespo
Um dos maiores centroavantes da história do futebol argentino, Hernán Crespo marcou época entre os anos 1990 e 2000 especialmente na Itália, onde jogou por mais tempo. Começou sua história de treinador recentemente e conquistou, surpreendentemente, a Copa Sul-Americana com o modesto Defensa y Justicia. Os resultados lhe deram uma oportunidade no São Paulo, onde viveu altos e baixos.
Ao mesmo tempo em que tirou o clube de uma fila que já durava uma década sem títulos estaduais, sacrificou outras competições. No final, foi demitido com uma campanha ruim no Brasileirão.
No Morumbi, priorizou um sistema com três zagueiros. Exigiu marcação no campo do adversário sempre que possível. Mas sofreu com lesões. Deixou o clube sem traumas, o que mostra bom controle do vestiário.
Alexander Medina
Alexander Medina é outro nome com ótimo trânsito na América do Sul. O uruguaio foi um atacante de muita força nos anos 1990 e 2000, mas sem grande destaque, apesar de ter passado por Nacional-URU e River Plate. El Cacique, como é conhecido, comanda o Talleres, atual segundo colocado no Campeonato Argentino. Seu contrato vai até o final do ano e ainda não houve acerto para a renovação.
Isso porque seu nome é o mais cotado para substituir uma eventual saída de Marcelo Gallardo do River Plate. E foi o próprio Gallardo quem o indicou. Os dois se conheceram durante o período em que trabalharam juntos no Nacional.
Ele costuma montar suas equipes em uma formação mais tradicional, o 4-2-3-1, e preza um futebol de intensidade e verticalidade.
Roger Machado
Único brasileiro da lista, Roger Machado é um nome que agrada bastante ao alto escalão da direção colorada. Mas encontra algumas resistências. Seu primeiro trabalho mais relevante, no Grêmio, entre 2015 e 2016, mostrou um profissional adaptado e atualizado, apesar de não ter sido campeão.
Depois, passou por Atlético-MG (onde foi campeão mineiro), Palmeiras, Bahia e Fluminense. Nenhum desses, porém, deixou tantos resultados quanto no Grêmio. Estudioso, é considerado de muito potencial com alguns aspectos a evoluir, como a gestão de vestiário.
A relação com o rival, dentro da realidade gaúcha, é uma barreira a ser superada. Em entrevistas recentes, porém, ele comentou não ter problemas em trabalhar no Inter caso fosse convidado.