As duas derrotas consecutivas, para Argentina e Bolívia, agravaram ainda mais a situação do Uruguai nas Eliminatórias e voltaram a pôr em cheque o trabalho do técnico Óscar Tabárez. Consequentemente, Diego Aguirre voltou a ser questionado sobre um possível interesse da Associação Uruguaia de Futebol (AUF) para que assuma a Celeste Olímpica a partir de 2022.
Conforme apurou GZH, ele não é o único nome avaliado pelos dirigentes, que também não descartam a permanência do atual comandante.
— Não recebemos nenhum chamado dos dirigentes. O "Maestro" (apelido de Tabárez) está comprometido em aguentar o que seja porque o desafio é levar o Uruguai ao Mundial. Acreditamos nos jogadores e isso nos move — declarou o auxiliar técnico Celso Otero, em entrevista à Rádio Sport 890, de Montevidéu nesta quinta-feira (18).
Há um mês, a troca de treinador já havia sido discutida internamente e a decisão foi por manter o treinador no cargo. Entretanto, o time não mostrou evolução dentro de campo. Em sétimo lugar na tabela de classificação, o Uruguai estaria fora, neste momento, até mesmo da repescagem para a Copa do Mundo.
— Novamente, o treinador da seleção uruguaia está por um fio. Provavelmente, se os dirigentes estão pensando em tomar uma decisão, é a de cessar a passagem de Tabárez. Há menos de um mês, eles tiveram uma situação similar e decidiram não fazer a troca, tendo em conta as partidas que viriam. Naquele momento, havia 10 dias para fazer uma convocação para outra rodada. Desta vez, há 70 dias, porque a próxima rodada se jogará em janeiro e um novo treinador teria, pelo menos, um prazo bastante razoável para planificar e falar com os jogadores. Não para treinar, porque os jogadores chegam muito perto das partidas. Por isso, estão em sessão permanente, avaliando a ponto de tomar uma decisão. De repente, o treinador pode convencer os dirigentes a ficar até o final das Eliminatórias, talvez os jogadores o apoiem, mas, neste momento, a permanência de Tabárez está em dúvida — relata Ernesto Faria, comentarista da Rádio Universal, de Montevidéu.
Os uruguaios terão mais quatro jogos para buscar uma recuperação. No final de janeiro, visitam o Paraguai. Em fevereiro, receberiam a Venezuela. Depois, em março, as últimas duas rodadas são contra Peru, em Montevidéu, e Chile, em Santiago.
Por conta do pouco tempo para realizar mudanças, a ideia é que, caso Tabárez deixe o cargo, um profissional uruguaio, que já conheça a maioria dos jogadores, seja escolhido para substituí-lo. Assim, além de Diego Aguirre, outros dois nomes têm sido avaliados pela AUF: Guillermo Almada, do Santos Laguna, do México, e Pablo Repetto, ex-LDU, que atualmente está sem clube.
De qualquer modo, este treinador só seria iria assumir o cargo a partir de 2022.
Guillermo Almada
Iniciou a carreira em 2009, no pequeno Tacuarembó. Em seguida, comandou o River Plate uruguaio, por quem conquistou o Torneio Preparação de 2012, batendo o Peñarol na decisão.
Em 2015, foi contratado pelo Barcelona de Guayaquil, onde seria campeão nacional em 2016. Estava à frente do clube equatoriano que, em 2017, foi semifinalista da Libertadores, derrotado pelo Grêmio. Desde 2019, atua no Santos Laguna, sendo vice-campeão mexicano em maio deste ano. Recentemente, o profissional de 52 anos foi sondado pelo Chivas Guadalajara.
Pablo Repetto
Meia de pouco destaque no futebol uruguaio, ganhou destaque ao subir o Fénix para a primeira divisão, logo em seu primeiro trabalho, em 2007. Seu segundo clube foi o Cerro. Em 2010, inclusive, enfrentou o Inter na fase de grupos da Libertadores.
Sua carreira deslanchou de fato quando levou o desconhecido Independiente del Valle à final da Libertadores de 2016, perdendo a final para o Atlético Nacional de Medellín. Em seguida, assumiu o Baniyas, dos Emirados Árabes Unidos, mas logo retornou à América do Sul. Após breve passagem pelo Olimpia, do Paraguai, chegou à LDU, onde permaneceu no cargo de 2017 até junho deste ano. Atualmente, o treinador de 47 anos está sem clube.