Não fossem as máscaras que a maioria usava e os cavaletes que todos respeitavam, o Beira-Rio neste domingo (10) parecia o de um jogo de antes de 2020. Faltando cerca de uma hora e meia para o jogo entre Inter e Chapecoense, milhares de colorados circundavam o estádio, seja para procurar seus portões de acesso ou para reencontrar velhos amigos de arquibancada, que não se viam há 581 dias. No total, 8.506 torcedores (sendo 7.394 pagantes) estavam no estádio nesse momento histórico, e foram brindados com um 5 a 2.
Os setores de triagem criados pela direção serviam para agilizar o processo de entrada no estádio. Muitos torcedores carregavam impressos os comprovantes de vacinação (que poderiam ser pelo app do Conecte SUS). Os pontos de maior aglomeração estavam nos bares na Avenida Padre Cacique.
Conforme a hora do jogo se aproximava, aumentavam as filas — algo comum do "velho normal". Isso causou lentidão, e uma certa tensão, até porque a partida começaria.
— Foi tudo muito bem, dentro dos conformes. Tivemos a entrada da maioria dos torcedores faltando 15 minutos para a partida O que ocasionou uma demora e filas. Precisamos intensificar essa comunicação para nós auxiliaram chegando mais cedo — analisou o vice de administração do Inter, Victor Grunberg.
Entre os torcedores, também houve emoção. Secretária e social media em Morrinhos do Sul, cidade do litoral norte gaúcho, Veridiana Cardoso estava com a amiga Laura Bertotti. O retorno, após quase 600 dias, foi marcante
— Foi superemocionante. Deu para matar um pouco da saudade, gritar gol. Ainda mais devolvendo a goleada na Chape. Valeu muito a pena. Moro longe do estádio e viver essas arquibancadas lotadas foi demais — disse Veridiana.
O que chamou a atenção foi o público. No domingo pela manhã, o Inter anunciou que 80% dos 15 mil ingressos disponíveis haviam sido adquiridos ou reservados. Mas o público total foi de 8.506 colorados.
Na quarta-feira, o time volta a campo e ao Beira-Rio. Às 21h30min, o Inter recebe o América-MG pela 26ª rodada do Brasileirão.