Pintou um candidato a reserva de Yuri Alberto no Inter. Escalado pela primeira vez com o time principal, o jovem Matheus Cadorini precisou de menos de 15 minutos para fazer um gol e de apenas um tempo para apresentar suas credenciais de centroavante. E a melhor notícia: o preço para adquiri-lo é absolutamente razoável.
Matheus Alfredo Cadorini da Silva, pela pompa, nem parece ser o nome de alguém com apenas 19 anos, completados em 1º de setembro. O jogador, que herdou a camisa 18 que pertencia a Bruno Praxedes, vendido ao Bragantino, está emprestado pelo Osasco Audax até o final da temporada. Para comprá-lo, o Inter precisa desembolsar R$ 1 milhão. Há um acordo, inclusive, para que esse pagamento seja parcelado ao longo de 2022. É um negócio que a direção do Inter avalia com bastante atenção. E a amostragem contra a Chapecoense lhe deu pontos.
Cadorini entrou no intervalo, no lugar de Yuri Alberto, preservado por estar pendurado. Aos 12, após cobrança de escanteio, subiu meio corpo a mais do que a defesa da Chape e torneou de cabeça para a rede, marcando o quinto gol colorado. Foi seu primeiro entre os "adultos" com a camisa colorada. Mas seu 16º em jogos oficiais, contando a base, pelo Inter. Antes, por sua antiga equipe, colecionava recordes: em 2019, foi goleador do Paulistão sub-17 com 27 gols em 21 jogos.
Chegou ao Inter no ano passado e logo ganhou lugar no time sub-20. Artilheiro da Copa do Brasil da categoria, vinha cavando espaço. Foi utilizado pelo ex-técnico da base colorada Fábio Matias no Gauchão, quando o Inter usou uma equipe de garotos, mas nas duas partidas em que entrou, somou apenas 45 minutos em campo.
Depois de voltar à base para as disputas dos campeonatos de sua categoria, foi novamente chamado para o time de cima. Com o aumento de tempo entre os jogos, Diego Aguirre conseguiu observar mais jovens. O treinador revelou, na entrevista coletiva após a vitória sobre a Chape, que foi Julinho Camargo, gerente de transição, que sugeriu o aproveitamento do centroavante.
— Todas as semanas chamamos quatro, cinco ou seis jogadores da base para entrosá-los com a equipe principal. Julinho nos falou muito bem dele, garantiu que poderíamos aproveitá-lo tranquilamente. Usar a base deveria ser normal no futebol, e fico feliz porque também é um reconhecimento ao trabalho do clube — declarou o treinador.
Em Osasco, Robélio Cavalinho comemorou. Técnico que lançou Cadorini entre os profissionais no Grêmio Audax, ele contou:
— Fiquei muito feliz pelo garoto ter feito o gol. Estava assistindo o jogo e vibrei na hora.
Por conhecer o jogador colorado desde a adolescência, Robélio Cavalinho tem um ponto de vista quase exclusivo ao ser perguntado sobre as virtudes de Cadorini. Em vez de elogiar seu faro de gol ou posicionamento, o que seria óbvio, parte para outro caminho:
— Esse menino tem muito potencial, e o que o diferencia é a cabeça. É muito centrado, inteligente, sabe o que quer. Por isso é diferenciado.
O técnico sugere, agora, que ele dê atenção em alguns fundamentos para ser ainda mais utilizado por Aguirre:
— Precisa usar mais o corpo quando estiver de costas para o adversário e melhorar a velocidade com bola já no domínio.
Curiosamente, os dois pontos são as especialidades dos outros dois centroavantes. Yuri Alberto é velocíssimo na arrancada com a bola e Guerrero poderia ser professor na arte de fazer pivô. Tudo isso com a supervisão de Diego Aguirre, um centroavante de sucesso nos tempos de jogador, herói do Peñarol. Cadorini não poderá reclamar de falta de referência.
Matheus Alfredo Cadorini da Silva
- Natural de Taubaté-SP
- 19 anos (1º/9/2002)
- 1m92cm
- Antes do Inter, estava no Osasco Audax
- Números pelo sub-20 do Inter: 24 jogos, 15 gols
- Goleador da Copa do Brasil sub-20
- No profissional: 45 minutos, 1 gol