Nem parece que são menos de dois meses de intervalo entre aquele Olimpia 0 a 1 Inter, que praticamente classificou a equipe brasileira para o mata-mata da Libertadores e havia deixado os paraguaios em sérias dificuldades. É que desde aquele 20 de maio até este 15 de julho, o time gaúcho passou por uma série de mudanças, do gol ao ataque, incluindo a casamata, que terá mais de meio time diferente na comparação com o duelo anterior. A partida desta quinta-feira (15), 21h30min, em Assunção, é a de ida das oitavas de final.
São seis mudanças dentro de campo no provável time colorado e mais o técnico . No gol, Lomba saiu e Daniel se fixou. Na lateral direita, a repetição só não ocorrerá em razão da lesão muscular de Saravia. A zaga teve o acréscimo de Bruno Méndez. No meio-campo, Taison, com dores no tornozelo, é outra modificação, dando vaga a Boschilia. E, no ataque, Patrick e Yuri Alberto jogam nos lugares de Palacios e Galhardo, que atuaram naquela noite no Paraguai.
Fora do campo também houve mudanças. Miguel Ángel Ramírez deixou o cargo, a equipe chegou a ser comandada interinamente por Osmar Loss até que Diego Aguirre recomeçasse sua caminhada.
E isso tudo sem que o calendário parasse. Depois daquele jogo, o Inter atuou por Gauchão, Copa do Brasil e Brasileirão. Fez 15 partidas nesses pouco mais de 50 dias.
O Olimpia vem em situação exatamente inversa. Depois do confronto com o Inter fez apenas três partidas, sendo a mais importante a goleada diante do Táchira, que o classificou em segundo do grupo. Não faz um jogo oficial desde 30 de maio. Esse cenário seria perfeito caso a equipe colorada não padecesse de outro mal: o excesso de compromissos. Essa questão foi tratada pelo zagueiro Bruno Méndez:
— O Olimpia é um time que está sem ritmo. Por mais que tenhamos visto os amistosos deles ultimamente, na partida valendo se equipara tudo. Os dois times vão ir com tudo e no jogo não faz tanta diferença.
O fato de ser oitavas de final é levado em conta na hora da preparação para o jogo. Partidas assim costumam ter sacrifícios físicos e o aspecto emocional tem peso importante. Ao canal do Inter, o extrema Caio Vidal minimizou os encontros anteriores e pediu atenção para o próximo:
— Agora, é mata-mata. É outra competição. E muda tudo, mas (ter vencido na fase de grupos) ajuda bastante, pois sabem que a gente é uma equipe forte. Ganhamos deles duas vezes, mas vamos virar a chave, pois são mais dois jogos e temos que buscar a vitória.
O Olimpia pouco investiu durante a parada do futebol. Com dívidas superiores a US$ 50 milhões, o clube busca baixar seus custos e tenta se manter vivo. A direção manteve o técnico Sergio Ortemann. O time será praticamente o mesmo. Há dois desfalques por suspensão, o lateral Otálvaro e o meia Ortiz, que serão substituídos por Salazar e Orzusa, e uma provável troca no ataque, com Pitta, que entrou no segundo tempo daquele confronto, na vaga de González.
— Encontraremos o Inter outra vez, um time muito difícil. O objetivo do clube é passar dessa fase e seguir lutando lá na frente — resumiu em entrevista coletiva o veterano atacante Roque Santa Cruz, que ficará no banco.