A queda na Libertadores ainda estava latente quando o Inter pisou no gramado sintético da Arena da Baixada, neste domingo (25), para encarar o Athletico-PR, pelo Brasileirão. E, embora tenha se esforçado para virar a página, o time colorado foi derrotado por 2 a 1 em um jogo que pagou pelos mesmos pecados apresentados diante do Olimpia: o desperdício de gols.
O resultado agrava uma situação de crise que ficou evidente já no embarque da delegação para Curitiba, ainda no sábado (24), quando torcedores protestaram no saguão do Aeroporto Salgado Filho, inclusive ameaçando alguns atletas — entre eles, os atacantes Yuri Alberto e Thiago Galhardo.
— Não tenho dúvidas da qualidade dos nossos atacantes. Sempre falo que é importante criar chances, mas, obviamente, quando você erra tanto, o resultado não vem. Nós estávamos precisando da vitória. Estou gostando de como o time gera situações, mas temos que melhorar isso (finalizações) — comentou o técnico Diego Aguirre após o insucesso no fim de semana.
O problema é que desta vez as falhas também ocorreram entre zagueiros, interrompendo uma série de quatro jogos sem sofrer gols. Depois de um primeiro tempo em que foi encurralado pelos donos da casa, o Colorado levou 2 a 0 e se viu obrigado a correr atrás do prejuízo. Ironicamente, balançou as redes da mesma forma que poderia ter mudado a história, na semana passada, no Beira-Rio: em pênalti convertido por Edenilson.
— Foi um jogo parelho. O resultado mais justo seria o empate, pelo que as duas equipes produziram. Nossa equipe veio em busca da recuperação imediata depois da eliminação na Libertadores. Demonstramos que queríamos reagir com o resultado positivo, mas, infelizmente, por uma série de fatores, ela (reação) não aconteceu — resumiu o próprio camisa 8.
Um dos fatores deixados nas entrelinhas pelo volante diz respeito ao gol anulado por Caio Vidal na etapa inicial. Pouco antes de sofrer o segundo gol, o atacante acertou o ângulo do goleiro Bento. No entanto, chamado pelo VAR, o árbitro assinalou falta de Heitor na origem da jogada, invalidando toda a sequência do lance.
— Na minha opinião, não foi falta. Foi um gol lícito que, seguramente, teria mudado tudo. Também acho que não foi falta do Cuesta, quando eles marcaram o primeiro gol. Mas não gosto de falar de arbitragem. Às vezes acontece contra, às vezes algum erro pode favorecer. São coisas do futebol — analisou o treinador.
A questão é que, justamente por reclamação, Thiago Galhardo recebeu o terceiro cartão amarelo quando ainda estava no banco de reservas. Seria um problema facilmente contornado se Yuri Alberto também não tivesse sido amarelado, por ter cometido falta em um adversário, sendo igualmente suspenso. Ou seja, se o uruguaio já tem enfrentado dificuldades em fazer seu sistema ofensivo render, terá de encontrar uma nova solução para encarar o Cuiabá, no próximo sábado (31), no Beira-Rio.
No elenco, a única opção disponível é o jovem Vinicius Mello, de apenas 18 anos. Se é que outro atleta não poderá aparecer de forma improvisada.
— Vamos ver. É verdade que tenho desfalques importantes. Nossos dois centroavantes. Guerrero está fora deste jogo, não é possível contar com ele ainda. Temos que buscar situações e teremos uma semana para trabalhar e buscar alternativas. Os meninos estão preparados e prontos para ajudar, mas vamos decidir durante a semana e tomar a decisão dois dias antes do jogo — declarou Aguirre.
Estas, aliás, podem não ser as únicas ausências. Taison, com entorse no tornozelo direito, e Patrick, que apresentou desconforto muscular na coxa direita, sequer viajaram ao Paraná. Ambos serão reavaliados diariamente para saber se têm condições físicas de reforçar o time.
Se é que há um lado positivo nisso, a semana será totalmente dedicada a treinamentos. Fora de Copa do Brasil e Libertadores, o comandante colorado terá tempo de sobra para trabalhar não apenas as finalizações, mas também a parte mental destes jogadores.
— Tenho que ver para que caminho ir, porque estamos gerando situações, mas futebol é resultado. Agora, talvez seria bom ganhar o jogo sem merecer, marcando um gol. Temos que priorizar os resultados, mas tenho que acreditar na proposta, como estamos jogando, com a intenção de ser ofensivo em todos os momentos e de pensar desde o início em ganhar o jogo. Não estamos conseguindo, mas temos que ter calma neste momento e trabalhar mais, porque temos que nos recuperar rapidamente. E tem que ser no próximo jogo — concluiu o técnico.
E é melhor não passar da próxima rodada mesmo, já que do outro lado do campo estará um inimigo direto na luta para se distanciar do Z-4.