O técnico Miguel Ángel Ramírez é publicamente respaldado pela direção do Inter, mas nos bastidores a pressão por mudanças aumentou após a goleada por 5 a 1 para o Fortaleza, no domingo (6), pelo Brasileirão. Depois de Dunga se manifestar nas redes sociais criticando o espanhol, nesta terça-feira (8) outro treinador e ex-jogador colorado também expôs sua análise sobre o momento do time. Luiz Carlos Winck, técnico do Anápolis, de Goiás, concedeu entrevista ao programa Hoje nos Esportes, da Rádio Gaúcha.
— Houve uma mudança muito grande na maneira de o Inter jogar do Abel para o Ramírez. Uma mudança de comportamento assim demanda tempo. É muito importante ganhar o controle do vestiário, ter gente que ajude a ter um ambiente favorável. Sinto uma equipe ansiosa para resolver as questões em campo e que está se debatendo nessa forma de jogar — comentou, sugerindo a contratação de um diretor técnico identificado com o Colorado:
— É importante ter alguém que conheça o vestiário e possa fazer essa ligação entre jogadores e a comissão, que inclusive veio de fora e não está totalmente ambientada com o que é o clube. Há uma lacuna nisso, é preciso uma maior aproximação.
Para Winck, a ideia de trocar titulares a cada partida para adaptar-se ao adversário é algo que precisa ser repensado. Fora do Brasil, com elencos maiores e mais qualificados, e onde a maratona de partidas também é menor, o conceito tem mais chance de funcionar. Além disso, o chamado "jogo de posição" esbarra nas características do futebol gaúcho.
— A nossa tradição é de equipe guerreira, que independentemente da parte técnica se doa e é intensa o tempo todo, tem uma busca permanente em campo. Isso faz parte da nossa cultura. Semelhante a Argentina, Paraguai, Uruguai, de onde vem jogadores que tem essa postura dentro de campo — detalha, complementando:
— Pode ser um time que joga bonito, mas não vai dar espetáculo em todo jogo, isso não existe. O melhor esquema de jogo é aquele que ganha. Isso que temos que avaliar.