O Inter completou, nesta sexta-feira (18), uma semana sem treinador. E quase tão importante quanto não ter um substituto para Miguel Ángel Ramírez é que, no horizonte do Beira-Rio, não há nem sequer a iminência de uma contratação. Desde a saída do técnico, dirigentes passaram mais tempo debatendo algum nome que chegasse a um mínimo consenso do que propriamente procurando profissionais.
Depois de tanta conversa, o único técnico que realmente chegou a ter aceitação completa de quem toma decisões no Beira-Rio foi Marco Silva. Foram cinco dias de convencimento, informações, sondagem, pressão de empresários, redes sociais e até imprensa. Mas o português, por meio de seu empresário oficial, Carlos Gonçalves, descartou o acerto:
— Já foi feito (contato) há alguns dias, mas isso agora não é importante. Só para esclarecer que o Marco agradece o convite, mas ele prefere continuar na Europa. Esperar que tudo fique bom para o Inter.
Ao longo do dia, chegou-se a especular que o Inter "demorou" a procurá-lo e que fez o contato usando outros intermediadores. Por mais que, de fato, tenha ocorrido conflito entre representantes do empresário português no Brasil, esse fator não pesou para a negativa de Marco Silva.
Sem ele, o nome de Diego Aguirre voltou a ocupar o lugar mais alto entre as prioridades. O comandante do primeiro semestre de 2015 está no Uruguai e aceitaria conversar. Mas, novamente, volta a ter resistência. Por mais que tenha montado um time elogiado quando passou pelo Beira-Rio, sendo campeão gaúcho com vitória em cima do Grêmio e semifinalista da Libertadores, a análise é de que sua equipe cansava rápido demais. Na época, o preparador físico Fernando Piñatares foi bastante criticado. Aguirre não abre mão de tê-lo, contudo, em sua equipe. É um profissional de sua confiança. O respaldo do técnico é de que o único lugar em que houve críticas assim foi em Porto Alegre. Trata-se de mais uma aresta a ser aparada.
Afora Aguirre, outros treinadores também são especulados. Lisca já estava entre eles desde a saída de Ramírez. Na sexta-feira, o novo integrante da lista foi Dorival Júnior, que também já comandou o Inter, em 2011/12. O técnico, porém, garantiu não ter sido procurado.
A única declaração oficial do Inter foi a do vice de futebol, João Patrício Herrmann:
— Estamos buscando com tranquilidade um nome equilibrado. Confiamos muito no trabalho do Osmar Loss, no trabalho da comissão técnica, e estamos muito tranquilos. Vamos tomar uma decisão que não pode ser tomada de uma forma açodada
Pessoas com ascendência no clube apontam que, na verdade, o desejo da direção era o de dar oportunidade a Osmar Loss. Algo semelhante foi feito com Odair Hellmann em 2018. Mas o entendimento é o de que são profissionais diferentes em épocas diferentes. Assim, o próprio interino sabe que, na verdade, está apenas cumprindo papel de profissional do clube, mas sem a expectativa de ascensão.
Apesar do discurso oficial de tranquilidade, dirigentes próximos da cúpula afirmam que uma decisão deve ser tomada até o final de semana. A expectativa é de que o jogo diante do Ceará seja o último de Loss como interino sem um substituto encaminhado. Pode até ser que comande o time em Chapecó na semana que vem, mas já com o próximo técnico contratado.