O Inter entrará em campo nesta quarta-feira (5) para tentar disparar no primeiro lugar do Grupo B da Libertadores. Do outro lado, terá pela frente o Olimpia, apontado como o rival mais complicado na chave e também o mais traumático adversário já enfrentado pelo clube na competição. Foram os paraguaios que, em 1989, eliminaram o Colorado dentro do Beira-Rio e acabaram com o sonho daquele que seria um título inédito no torneio.
Ponta-esquerda daquele Inter de 1989, Edu Lima acredita que a ausência de torcedores nas arquibancadas em nada diminui a motivação dos atletas para o reencontro histórico. Ele aponta que buscar os três pontos e dar alegria à torcida que acompanhar o jogo de casa é motivo para que haja mais empenho.
— Em torneio como esse não pode ter falta de motivação. É uma partida muito importante, os jogadores têm de colocar acima de qualquer coisa a responsabilidade de estarem jogando uma grande competição, defendendo um grande clube. Essa deve ser a maior motivação do jogador na atual circunstância que atravessamos — aponta.
Nilson, centroavante que teve pênalti defendido por Éver Almeida na derrota por 3 a 2 no Beira-Rio, pensa que o jogo desta quarta-feira tem mais importância pela definição na chave do que pela revanche em si. Para ele, o bicampeonato da América em 2006 e 2010 ajudou a exorcizar o fantasma que assombrou os 70 mil colorados que estiveram no estádio naquela noite de eliminação.
— Talvez se o Inter não tivesse vencido a Libertadores o jogo tivesse uma carga emocional muito mais pesada. Como já foi campeão, vejo como mais um duelo para tentar a classificação, uma partida em circunstâncias normais para vencer. Com relação a 1989, não tem mais o que fazer, já foi — defende o ex-jogador.
Edu Lima aponta a lentidão na transição da defesa para o ataque como um dos pontos fracos do Olimpia atual que pode ser explorado pela equipe de Miguel Ángel Ramírez, mas vê também qualidades que acredita que possam ser diferenciais em uma partida de Libertadores.
— São jogadores que têm força mental, que estão acostumados a lidar bem com situações de adversidade. É um time agressivo pelo lado direito, o Inter tem que tomar cuidado por ali. Eles têm muita força, muita marcação, uma característica das equipes sul-americanas — avalia. — É um adversário difícil, muito complicado, que tem muita tradição. É preciso ter respeito, mas não quer dizer que você não possa imprimir seu jogo — completa ele.
Nilson concorda que o Olimpia deva ser o rival de maior dificuldade na fase de grupos, mas vê o Colorado como o grande time da chave e não acredita que o clube gaúcho vá ter problemas para garantir a classificação às oitavas de final:
— O Inter é favorito tanto para a partida quanto para ficar com o primeiro lugar do grupo. Acredito que o pior jogo já passou, na derrota para o Always Ready na altitude, onde acho que os outros também não vão pontuar. O Olimpia não é mais aquele grande time dos anos 1980, e vejo o Inter muito forte, com bons jogadores. O Inter vai depender dele.