As lesões de Zé Gabriel e Lucas Ribeiro abriram espaço para mais um menino receber oportunidades na defesa do Inter. No final da partida de terça-feira, contra o Táchira, Pedro Henrique (que já havia enfrentado o Esportivo na rodada anterior) foi o companheiro de Cuesta nos minutos derradeiros do jogo. E, depois de seis anos vestindo vermelho, garante estar pronto para receber oportunidades.
Natural de Maceió, criado no bairro de Garça Torta com os pais e uma irmã, chegou ao Inter em 2015, depois que um avaliador o observou em um torneio do interior de Alagoas. Chegou a fazer parte das categorias de base no Corinthians-AL e do CSA. Mas aos 14 anos, foi trazido ao Rio Grande do Sul para jogar com a gurizada colorada.
Ficou na base até o início do ano passado, quando viveu uma situação inusitada. Era o zagueiro titular do time que disputava a Copa São Paulo quando foi chamado por Eduardo Coudet para compor o grupo principal para a estreia no Gauchão. Deixou seus companheiros e viu, de Porto Alegre, a conquista em cima do Grêmio. Recebeu, mais tarde, uma medalha por ter participado da campanha.
Ao longo de 2020, treinou com os profissionais, mas recebeu poucas chances. Ainda assim, foi convocado por André Jardine para a seleção sub-20 e conquistou o Torneio Internacional na Granja Comary, ao lado dos colegas de clube Mauricio e Praxedes. No Inter, porém, ficou mais tempo no banco. Até viveu uma situação inusitada, revelada por Abel Braga. Segundo o treinador, Pedro Henrique havia comentado com alguns companheiros que pensava que o técnico não gostava dele, já que mal o utilizava. Ao saber disso, Abelão conversou com o alagoano e o tranquilizou. E também o chamou para mais partidas.
Em 2021, teve mais chances. Começou como titular no time ainda comandado por Fábio Matias e quase sempre compôs o banco a partir da chegada de Ramírez.
— É sempre um desafio muito grande vestir a camisa do Inter. Tenho treinado e me dedicado bastante para (estar pronto) no momento em que as oportunidades começarem a aparecer — disse o jogador, por meio de sua assessoria.
A estreia na Libertadores ficará em sua memória. Mesmo que tenha sido só na parte final.
— Foi muito especial principalmente porque é a Libertadores, né? Joguei poucos minutos, mas é a maior competição do continente, do tamanho e da tradição que ela tem. Muito orgulho de ser pelo Inter essa minha estreia, clube que é bicampeão e de tanta tradição — declarou o jogador, que completou: — Uma pena ter sido pela lesão de um companheiro. Vou sempre abraçar a oportunidade e fiquei muito feliz de entrar em campo e ajudar a equipe nessa vitória tão importante. Agora, é virar a chave e pensar ainda mais no dia a dia para estar preparado quando as oportunidades aparecerem.
Sobre o modelo colorado, no qual os zagueiros fazem parte da construção das jogadas, garantiu estar tranquilo. Segundo ele, é um modelo positivo:
— Ramírez tem uma forma de jogar que me agrada muito. Principalmente, porque explora bastante a saída de bola desde a defesa e é algo que eu sinto facilidade e treino bastante.
Como Lucas Ribeiro está sendo reavaliado diariamente e Zé Gabriel teve um desconforto muscular, a tendência é que Cuesta ganhe um novo parceiro para enfrentar o Juventude. Justamente o time contra o qual Pedro Henrique estreou pelo profissional, em janeiro do ano passado.
Ficha técnica
- Nome: Pedro Henrique Alves Santana
- Data de nascimento: 31/1/2001
- Local: Maceió-AL
- Altura: 1m87cm
- Jogos pelo profissional: 11 (7v, 2e, 2d)
- Títulos na base: Copa São Paulo 2020, Brasileirão de Aspirantes 2019