Quinhentos e doze dias separam a noite do dia 11 de setembro de 2019, quando o Inter foi derrotado pelo Athletico-PR no jogo de ida da final da Copa do Brasil, e a desta quinta-feira (3), quando o Colorado entra em campo na mesma Arena da Baixada para enfrentar o time da casa pela 34ª rodada do Brasileirão. O 1 a 0 contra, à época, prejudicou a busca por um título nacional, algo que os colorados perseguem desde 1992, quando conquistaram a Copa do Brasil. As circunstâncias, claro, são diferentes.
Na ocasião, a equipe gaúcha e o Furacão brigavam pelo mesmo título. Agora, o time de Abel Braga, que vem de uma sequência de nove vitórias consecutivas, é líder isolado da competição nacional, enquanto o clube paranaense tenta alcançar uma vaga na Libertadores de 2021.
A partida desta noite é encarada como a primeira das cinco decisões que restam em busca do tetra. Uma vitória pode simbolizar uma vantagem ainda maior na liderança (confira quadro), deixando a equipe ainda mais próxima do título. Por outro lado, um tropeço poderia significar um prejuízo na "gordura" acumulada no topo da tabela e uma ameaça ao título do Brasileirão, que não ocorre desde 1979.
Pouco mais de um ano e quatro meses desde a decisiva partida em Curitiba, um dos méritos colorados é ter conseguido manter parte do grupo que foi vice-campeão da Copa do Brasil em 2019. Por exemplo, a espinha dorsal da equipe que iniciou o jogo na Arena da Baixada é basicamente a mesma.
Dos 11 jogadores que começaram a partida, Lomba, Cuesta, Lindoso, Edenilson e Patrick serão escalados por Abel Braga na noite de hoje. Para Roberto Melo, vice-presidente de futebol do Inter em 2019, essa experiência prévia de parte dos jogadores pode ajudar o Colorado a sair com a vitória do confronto.
— Os principais jogadores do grupo permanecem e seguem protagonistas. Muitas vezes são nas derrotas que a gente aprende as lições mais importantes. Quem estava naquela final e ainda está no Inter, tenho certeza que está mais preparado mentalmente do que estava naquele momento. Constrói-se um grupo vencedor assim, não é da noite para o dia. A maturidade e a experiência daqueles que passaram pela Série B, que disputaram o título do Brasileiro em 2018 e da Copa do Brasil em 2019 fazem com que eles estejam mais preparados para chegar nesse título — ressalta o ex-dirigente, que complementa:
— De fora, vejo um time mais maduro, os atletas, na maioria, já se conhecem. Mudou a forma de jogar (do Coudet para o Abel) e rapidamente conseguiu se adaptar. É uma equipe que em alguns momentos se assemelha com a do Odair, tendo alicerce no mesmo trio: Dourado, Patrick e Edenilson. Vejo uma equipe muito forte, difícil de tomar gols, com uma bola aérea muito forte. Tomara que consiga manter a diferença de pontos.
Fase
Além do reencontro dos dois finalistas da Copa do Brasil de 2019, a partida também marca o confronto entre duas das melhores equipes do returno do Brasileirão. Enquanto o Inter vem de uma sequência de nove vitórias na competição e lidera o Brasileiro, o Athletico-PR, até o começo da rodada, tinha a quarta melhor campanha do segundo turno, com duas vitórias, dois empates e apenas uma derrota nos últimos cinco jogos. Na virada do turno, o Furacão ocupava a 19ª colocação, com 16 pontos, e havia ficado 10 jogos sem ganhar. Quatorze partida depois, o Athletico, está com 45 pontos, garantido na Série A e buscando voos maiores.
Para se reestabelecer no campeonato, o Furacão conta com uma defesa forte, a menos vazada da competição com 31 gols ao lado do Inter.
— Vai ser um jogo muito equilibrado. Pra mim, o Inter é o favorito para conquistar a vitória. O Ahtletico cresceu muito nos últimos jogos, por isso conseguiu essa condição de brigar por, quem sabe, uma vaga na Libertadores. O Nikão e o Carlos Eduardo são jogadores muito rápidos, que podem incomodar bastante — comenta Washington, ex-atacante com passagem nos dois clubes.