A semana antes de Inter e Flamengo, o duelo entre líder e vice do Brasileirão que pode decidir o título no Maracanã, no domingo (21), é marcada por declarações dos dirigentes. O vice-presidente flamenguista Marcos Braz, postulante a outros cargos no clube e na política carioca, disse que o novo presidente colorado, Alessandro Barcellos, não está acostumado a chegar a finais. Barcellos rebateu pedindo respeito ao Colorado e foco na decisão em campo.
— Evidentemente, a responsabilidade de um vice é de se manifestar e falar pela instituição, mas esta postura adotada pelo dirigente do Flamengo é ultrapassada no futebol. Não se encaixa mais no modelo de espetáculo e entretenimento que envolve milhões de pessoas, milhões de reais, não é da altura dos nossos atletas e comissões técnicas profissionais — declarou o dirigente colorado, em entrevista ao "Show dos Esportes" desta quarta (17).
Barcellos ainda reivindicou respeito ao clube gaúcho. Lembrou do protagonismo colorado e demonstrou admiração ao clube adversário, marcando a diferença entre a instituição e os gestores dela:
— Quando o dirigente fala de forma arrogante, não podemos misturar isso com a história do clube. Tenho respeito total ao Flamengo, à sua torcida, que tem sempre postura exemplar tanto no Rio de Janeiro quanto no Rio Grande do Sul. Agora não vamos permitir que falem assim do nosso clube. Se (o vice-presidente Marco Braz) estava falando de mim, muito que bem, estou aqui na posição de presidente com dois meses de gestão disputando o primeiro título. É um trabalho de continuidade desde a última gestão, sem favor a ninguém, com méritos totais aos nossos jogadores.
Barcellos pode celebrar o seu primeiro título como mandatário colorado neste final de semana. Ele tinha oito anos quando Valdomiro, Chico Spina, Falcão, Carpegiani e companhia encantaram o Brasil sendo campeões invictos em 1979. A edição de 2020 do campeonato mais difícil do mundo, segundo o presidente, ainda não está ganha.
— É um momento importante. Chegar à reta final de um torneio de pontos corridos com chance, uma competição muito querida e desejada pelos colorados — reconhece, lembrando do tri entre 1975 e 1979: — Nos anos 1970 jogávamos um futebol vistoso reconhecido por todo país. Isso traz também uma memória afetiva aos da minha geração e mais velhos que eu, e também um desejo novo das novas gerações, e é normal que haja uma expectativa.
Perguntado sobre a utilização de Rodinei mediante pagamento de multa avaliada em R$ 1 milhão, Barcellos desconversou. Explicou que a decisão passa pela comissão técnica e avaliação do modelo de jogo indicado para enfrentar o Flamengo.
— Vamos fazer o melhor para ter as melhores condições — disse Barcellos.