O ano de 2020 ficará marcado no Inter pela instabilidade política que tomou conta do processo eleitoral em plena disputa das competições. O vice-presidente João Patrício Herrmann, eleito na gestão que termina e cotado para assumir o futebol na que começa, é um dos agentes envolvidos na transição entre diretorias.
— Há um momento de turbulência política que ainda não tinha visto igual — opinou Herrmann, nesta sexta-feira (25):
— Que bom que a eleição não foi presencial porque, se fosse, o pessoal teria trocado muitas farpas. É necessário estabelecer a paz no Beira-Rio para que a gestão possa trabalhar com tranquilidade dentro do seu planejamento. Serão três anos difíceis mas o clube precisa dessa passagem.
Herrmann, que já foi diretor de futebol no Beira-Rio em 2001, é cotado para ocupar a vice-presidência de futebol, cargo vago desde que o presidente eleito Alessandro Barcellos rompeu com a gestão de Marcelo Medeiros em setembro e preparou a própria candidatura. Caso seja confirmado na pasta, João Patrício receberá a companhia diretor-executivo Paulo Bracks, que deixa o América-MG, e outro reforço.
A estrutura contará com um terceiro profissional, ainda não definido, para ser a ligação entre o campo e a gestão do futebol. Ele adianta que pretende centralizar as decisões ligadas à bola e deixar para o conselho de gestão apenas questões mais políticas.
— A gente tem de ter noção que o papel dos vices é político, e fazer isso pelo clube. Por isso temos que dar mais força aos gestores que virão — disse o dirigente.
João agradeceu Rodrigo Caetano pelos trabalhos prestados ao clube. O dirigente acredita que o atual diretor-executivo fará outros bons trabalhos pelo Brasil e ainda voltará ao Colorado.
— É um grande profissional, um amigo que o futebol me deu. Trabalha de forma incansável pelo Internacional e infelizmente não vai ficar — elogiou.
Em relação à casamata, onde Abel Braga e respectiva comissão assumiram o time em novembro com contrato até fevereiro, Herrmann enalteceu a importância do técnico para a história do clube e que é necessário respeitar os encarregados de manter o Inter no G-4 do Brasileirão. Depois, deu sua opinião sobre Miguel Ángel Ramírez, treinador espanhol de 36 anos, que nesta sexta admitiu estar ansioso para assumir o comando do Colorado:
— É um treinador bastante atualizado, trabalha de forma transversal, interage com todas áreas do clube, se preocupa em jogar futebol propositivo. Me agrada, sim. Um treinador que tem perfil adequado, gosto particularmente de quem tem fome, precisa crescer na carreira e tem sangue nos olhos, vê em uma oportunidade a chance da sua vida. Não sei se é o caso do Miguel, mas a gente escuta de pessoas que estão próximas dele, e vejo em reportagens, que o Miguel pode crescer bastante na carreira.
O espanhol teria acerto encaminhado com a gestão de Alessandro Barcellos, que ainda aguarda posição de Abel Braga. O atual técnico colorado deve colocar o cargo à disposição após o jogo contra o Bahia, neste domingo (27), ainda que exista a possibilidade de uma transição mantendo ambos profissionais até fevereiro.