A sétima passagem de Abel Braga pelo Inter não começou da melhor maneira. Pela primeira vez, o técnico campeão da Libertadores e do Mundial, em 2006, estreou com derrota no comando do clube gaúcho. Passados oito jogos, foram apenas duas vitórias, que acabaram ficando em segundo plano em virtude das eliminações nos pênaltis na Copa do Brasil e na Libertadores.
No Brasileirão, a situação não é nada animadora. Sob o comando de Abel, são quatro partidas sem conquistar os três pontos. Com a sequência ruim, o Colorado deixou a liderança do campeonato e agora vê ameaçada a vaga na zona de classificação para a principal competição da América do Sul em 2021.
O aproveitamento do treinador até o momento é de apenas 33,3%. Vale lembrar que, por conta do diagnóstico da covid-19, Abel não ficou à beira do gramado em quatro oportunidades. No período em que ficou isolado, os treinos foram orientados pelos auxiliares Leomir de Souza e Osmar Loss, sob o acompanhamento remoto do líder da comissão técnica.
A experiência de assumir o Inter em meia a temporada não é novidade para Abel. Apenas em duas oportunidades, 2006 e 2014, ele iniciou o ano como comandante da casamata. No Colorado, a prática de interromper trabalhos em andamento tem sido frequente. Nos últimos cinco anos, foram seis profissionais que assumiram o time nesta situação. Abaixo, GZH traz o desempenho de cada um deles.
Argel (2015)
Contratado após a demissão de Diego Aguirre, Argel foi técnico do Inter por 331 dias. Assumiu a equipe em agosto de 2015, quando o Colorado ocupava a 11ª colocação do Brasileirão. Ao final do campeonato, chegou em quinto, a uma posição da zona de classificação à Libertadores. Também disputou a Copa do Brasil, onde eliminou o Ituano nas oitavas de final e foi desclassificado para o Palmeiras na fase seguinte. Foi demitido em julho de 2016, depois de um período sem vitórias, com um aproveitamento de 60,6%.
Falcão (2016)
A terceira passagem de Falcão como treinador do Inter foi em um dos piores momentos da história do clube. Sem respaldo da direção, o ídolo colorado durou apenas 27 dias. Foram cinco jogos pelo Brasileirão, com dois empates e três derrotas. O aproveitamento foi de 13,3%.
Celso Roth (2016)
Com uma sequência de 11 jogos sem conseguir sem vencer no Brasileirão, o Inter recorreu mais uma vez a Celso Roth. O profissional foi chamado em agosto de 2016 e ficou até novembro. Sob o comando dele, o Colorado saiu da 14ª colocação para a zona de rebaixamento do campeonato. Vendo o risco de cair para a Série B aumentar, o time ainda passou por Fortaleza e Santos, na Copa do Brasil, antes de cair para o Atlético-MG, na semifinal. Roth comandou o Inter em 22 partidas, com aproveitamento de 36,3%.
Lisca (2016)
O técnico foi contratado pelo Colorado quando as chances de rebaixamento à Série B já eram grandes. O Inter ocupava a 17ª posição do campeonato, com 39 pontos. Em três jogos, venceu o Cruzeiro, perdeu para o Corinthians e empatou com o Fluminense na última rodada, selando a queda de divisão. Nos apenas 23 dias em que comandou o clube gaúcho, Lisca teve um aproveitamento de 44,4%.
Guto Ferreira (2017)
O técnico escolhido para comandar a volta do Inter à primeira divisão foi Antônio Carlos Zago. No entanto, a derrota para o Novo Hamburgo na decisão do Gauchão e dois jogos sem vitória na Série B fizeram com que o Colorado buscasse Guto Ferreira, que estava no Bahia. Em 33 jogos, contando uma derrota para o Atlético-MG pela extinta Primeira Liga, foram 17 vitórias, nove empates e sete derrotas, com aproveitamento de 60,6%. Após um empate em 1 a 1 com o Vila Nova, no Beira-Rio, a direção colorada optou pela demissão de Guto. O Inter era o vice-líder da competição, com 64 pontos. Nas últimas três rodadas, o Colorado foi comandado de forma interina por Odair Hellmann.
Zé Ricardo (2019)
Com a demissão de Odair Hellmann em outubro de 2019 após quase dois anos como técnico do Inter, o Colorado teve Ricardo Colbachini como interino em três rodadas do Brasileirão. Sem conseguir contratar Eduardo Coudet, que só aceitou assumir a partir de 2020, o clube gaúcho optou pela contratação de Zé Ricardo. Quando assumiu o time, o Inter estava na sexta colocação do Brasileirão, com 42 pontos. Ao final da competição, terminou em sétimo, com 57 pontos e só conseguiu classificação na pré-Libertadores por causa de Flamengo e Athletico-PR, que com vagas já conquistadas para a competição internacional ficaram à frente do Colorado. Em 11 confrontos, foram quatro vitórias, três empates e três derrotas. O aproveitamento foi de 45,4%.