A história de Abel Braga no Inter começou em 1988. Era o terceiro ano da carreira dele como técnico, depois de aposentar-se como jogador. Sua trajetória no Colorado é marcada por protagonismo em momentos importantes na história do clube. Nesta terça-feira (10), um novo capítulo se abre, com a sua confirmação como substituto de Eduardo Coudet.
Ele estava na casamata vencedora do Gre-Nal do Século, no começo de 1989, e treinou o time de 2006, campeão da Libertadores e do Mundial. Conquistou, ainda, a Recopa Sul-Americana de 2007 e dois Campeonatos Gaúchos, em 2008 e 2014, quando fez o último trabalho em Porto Alegre.
As principais passagens de Abel Braga pelo Beira-Rio
1988 e 1989
O carioca chegava ao terceiro ano como técnico, depois de aposentar-se como jogador. Com tão somente 36 anos de idade, e encontrou um Colorado que tinha a chance de encerrar a década vitoriosa do Grêmio superando o rival em um torneio nacional, mesmo com campanha irregular no começo do Brasileirão.
— Passamos por muitas coisas depois disso. A Libertadores, o Mundial... Mas nada supera aquele segundo tempo. Eu nunca tinha visto uma coisa dessas acontecer — relembrou Abel, em 2019, sobre o clássico histórico que completou 31 anos em fevereiro.
1991 e 1995
A década de 1990 não teve grandes conquistas coloradas na carreira de Abel. O técnico passou duas vezes pelo Beira-Rio, mas não engatou um trabalho tão vitorioso quanto nas outras oportunidades. Chegou, primeiro, em 1991, trazido do Famalicão, de Portugual, para o lugar de Ênio Andrade no Inter. Foi demitido após perder Gre-Nal no Olímpico. Voltou em 1995 para substituir Cláudio Duarte, e mais uma vez bateu na trave sem conseguir títulos.
— Saio do Inter lamentando o pouco tempo (quatro meses e 15 dias) que tive para desenvolver o meu trabalho — declarou, à época, à reportagem de Zero Hora.
2006, 2007 e 2008
A passagem mais duradoura de Abel na casamata do Beira-Rio foi também a mais vitoriosa. Libertadores, Mundial e Recopa Sul-Americana colocaram o nome do técnico na lista de ídolos do clube. Deu continuidade ao trabalho iniciado pelo antecessor Muricy Ramalho, que havia sido vice-campeão brasileiro no ano anterior. Formou um elenco vencedor a partir das lideranças de Fernandão, Clemer, Iarley e Índio, que também foram eternizados na história colorada.
Foi demitido no começo de 2007, mas retornou ao Colorado quatro meses depois. Ficou até o fim do ano seguinte, contribuindo com a formação da equipe que depois seria campeã da Sul-Americana sob o comando de Tite.
2014
Voltou, contratado por Marcelo Medeiros, então vice-presidente de futebol. Assumiu em dezembro de 2013 e levou o time ao título gaúcho do ano seguinte. A campanha teve 62 jogos e 37 vitórias (59,68% de aproveitamento), segundo dados do site oGol. Caiu na segunda fase da Sul-Americana e terceira da Copa do Brasil daquele ano, e terminou o Brasileirão na terceira colocação.
Mesmo classificando a equipe para a Libertadores e manifestando abertamente seu desejo de continuar no comando da equipe, não permaneceu para ano que entraria. Assim como nos meses finais de 2020, a disputa eleitoral no clube movimentou os bastidores do time. Vitorio Piffero foi eleito presidente e escolheu Diego Aguirre para ser o treinador para 2015.