O objetivo do departamento de futebol do Inter feminino em 2020 era de manter uma evolução em relação a montagem de grupo para a temporada. O Colorado fez pouco investimento em contratações, por opção, com a ideia de aproveitar melhor sua base vencedora e seguir um caminho de evolução que estava sendo construída e identificada pela comissão ao longo de 2019.
O planejamento para a captação de novas jogadoras é simples. Segundo o treinador Maurício Salgado, reuniões de avaliações são feitas, com a presença da comissão técnica, gerência de futebol e diretoria, e nelas são apontadas as carências da equipe. Normalmente, possíveis contratações são levantadas ao final do ano.
— Quando nós finalizamos o ano passado, por exemplo, e pensamos no planejamento desse ano, a ideia era utilizar a base. Subimos seis ou sete atletas que foram campeãs brasileiras sub-18 e fizemos contratações pontuais. O Inter foi uma das equipes que menos contratou na Série A1 do Brasileirão por opção. A gente identificou algumas posições que precisávamos qualificar e trouxemos peças — revelou o comandante colorado, que está em sua segunda temporada no clube.
Por motivos políticos, alguns dirigentes deixaram o futebol feminino e, provavelmente, uma remodulação será feita com a nova gestão do clube em 2021. No momento, o diretor de futebol Guilherme Pinto é quem responde pelo departamento e explica como é feito o processo de captação das jogadoras.
— A montagem dos grupos, sub-14, sub-16, sub-18 e profissional, foi iniciada em 2017. E, juntamento com as comissões técnicas, com a parte administrativa e política do clube, vem sendo analisado o mercado permanentemente e dentro da realidade do clube e do orçamento que nós temos, a gente procura estrategicamente montar o grupo da melhor maneira possível — declarou.
Há uma equipe no departamento voltada apenas para captação e observação de mercado, que trabalha em conjunto com os técnicos de cada categoria.
— A gente conversa, debate e coloca nomes na mesa, tanto de renovações como de contratações. Isso é tudo decidido em conjunto. Claro que, em relação a nomes, a gente sempre elenca possibilidades. Nunca somente um nome, até porque envolve negociações. Mas tem sido um processo de decisão em conjunto, onde cada opinião tem um peso — completou Salgado.
As cifras que envolvem as negociações são inferiores se comparadas ao masculino, mas Guilherme ressalta que as tratativas ocorrem da mesma forma que os homens.
Muitas atletas, inclusive, não possuem agentes, preferindo tratar de contratos e valores pessoalmente.
— Não são toda as atletas que tem agentes. Uma grande parte tem, mas algumas preferem realizar as negociações pessoalmente e isso não é empecilho nenhum. A gente sempre tem um bom diálogo com todas as atletas e com os agentes. Procuramos equalizar procurando uma melhor solução para todas as partes — afirmou.
Após o título do Gauchão Feminino em 2019, o Colorado renovou com as 11 titulares de seu elenco profissional. A tendência para 2021, um ano tido como de recuperação para as finanças dos clubes, é de que o mesmo aconteça com ou sem título.