A entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira (23) serviu para que D'Alessandro anunciasse o fim de sua passagem como atleta do Inter. Mas, também, para externar alguns de seus descontentamentos.
Questionado sobre o clube onde iria jogar a partir de 2021, quando estará livre no mercado, o meia argentino brincou com o fato de não ter sido tão utilizado pelo técnico Eduardo Coudet, que até novembro comandou o Colorado.
— Certamente, para o Celta de Vigo, eu sei que não vou ir. O Coudet continua sendo meu amigo. Isso não vai acabar. Mas nossa amizade sempre ficou fora do vestiário, do dia a dia. Gostaria de ter sido mais aproveitado, mas a decisão é do treinador. O resultado estava vindo, o rendimento também — declarou o camisa 10, citando o clube espanhol para onde "Chacho" se transferiu no início do mês.
Ex-companheiros nos tempos de River Plate, os dois argentinos se reencontraram no Beira-Rio no início deste ano. Mas, apesar de D'Alessandro ter iniciado a temporada como titular, foi perdendo o posto com o decorrer dos jogos e, das 46 partidas do Inter sob o comando de Coudet, o meia participou de 32, tendo entrado no segundo tempo em grande parte delas.
— Tive uma conversa com ele, falei tudo o que tinha que falar. Ele passou a ideia dele e fomos adiante. Nunca reclamei, nunca fiz nada de mais. Sempre me doei pelo grupo e estive pronto para entrar, nem que seja por cinco ou 15 minutos. Até porque, preciso respeitar primeiro o clube e depois meus colegas. Ter ganho muita coisa aqui ou ter ficado tanto tempo, não me dá direito a algumas coisas. A saída dele foi ruim, difícil para o grupo. Não tem como não ter um momento de instabilidade e de desorganização, porque foi embora um treinador que tinha conseguido tirar do grupo muita entrega dentro de campo. Então, vida que segue — completou o atleta de 39 anos.
Ao mesmo tempo em que deixou clara sua contrariedade com o banco de reservas, D'Alessandro ressaltou durante a entrevista que sua escolha por deixar o clube em janeiro não foi motivada por esta situação.
— Posso dizer que não foi uma decisão de cabeça quente, por algo que tenha acontecido. Não é por ter ficado de fora da Copa do Brasil, pelos últimos resultados ou pela saída do treinador. Mesmo que o Coudet tivesse ficado, a decisão estava quase tomada — finalizou.