Quase 10 meses se passaram desde a estreia do Inter na Libertadores. No dia 4 de fevereiro, em Santiago, os comandados de Eduardo Coudet encerravam uma partida tensa dentro e fora das quatro linhas. Enquanto o povo chileno realizava protestos do lado de fora do estádio (e até nas arquibancadas), no campo, um empate por 0 a 0 com a Universidad de Chile, pela fase preliminar do torneio continental.
Depois, ainda foi necessário encarar o Tolima-COL para, enfim, ingressar no Grupo E. Nesta quarta-feira (25), o Colorado irá estrear em uma nova etapa da competição. No Beira-Rio, diante do Boca Juniors, será aberta a participação no mata-mata. De lá para cá, muita coisa mudou no time gaúcho. Confira:
Treinador
A maior mudança estava na beira do campo. Aos 45 anos, Coudet chegava ao vestiário vermelho para implementar um modelo de jogo de muita intensidade, com pressão alta e posse de bola. A equipe aparecia formatada no 4-1-3-2. Agora, com a saída do argentino para o Celta de Vigo, a diretoria recorreu ao experiente Abel Braga, de 68 anos, que tenta reviver as conquistas de 2006. Adotando o 4-2-3-1, o treinador carioca aposta na cadência e na investida pessoal pelos lados do campo.
Defesa
O único jogador que de fato perdeu a titularidade neste período todo foi o lateral-direito Rodinei. Depois de ser desbancado pelo argentino Saravia — que rompeu o ligamento do joelho —, é a vez do garoto Heitor ter a vaga. No outro lado, Moisés e Uendel seguem se revezando. Neste momento, o primeiro se recupera de uma lesão na coxa direita.
Na zaga, Rodrigo Moledo, que havia sido arquivado por Coudet, pode reaparecer no time após se recuperar de dores musculares. Ele ainda não jogou com Abel e, considerando que Víctor Cuesta está suspenso, pode formar a dupla com Zé Gabriel.
Meio-campo
Naquela partida no Chile, Coudet sofreu críticas ao escalar quatro volantes de origem: Musto, Lindoso, Edenilson e Patrick. O primeiro deles deixou de ser o homem de confiança do treinador para ir ao fim da fila. Sua vaga deve ficar com Rodrigo Dourado. Caso ele não esteja recuperado de uma pancada sofrida no joelho, contra o Fluminense, Rodrigo Lindoso assume como titular.
Além dos nomes, há uma alteração na disposição tática destes jogadores. Edenilson, por exemplo, que atuava aberto pela direita, agora foi recuado para a segunda função. Em sua antiga posição, aparecem jogadores de maior velocidade brigando por espaço: Marcos Guilherme e Nonato, que eram reservas, e o garoto Caio Vidal, trazido do time sub-20 por Abel.
No lado esquerdo, Patrick deve retornar de lesão e é o único que mantém seu posto. E ainda há a figura do meia central, que antes não existia sob o comando do argentino. É ali que D'Alessandro, antes improvisado no ataque, pode aparecer. Ou então a escolha pode recair sobre o jovem Maurício.
Ataque
O setor que era preenchido por dois homens agora passa a ter uma única referência. Paolo Guerrero, que era a grande esperança de gols dos colorados, não está à disposição por ter rompido os ligamentos do joelho. Desde então, o centroavante e goleador do time passou a ser Thiago Galhardo, que, em fevereiro, era apenas um meia-atacante pouco badalado contratado junto ao Ceará.