O atacante uruguaio Abel Hernández, 30 anos, foi apresentado como reforço do Inter no dia 1º de setembro e estreou nove dias depois, tendo ficado seis meses sem jogar, apenas treinando com preparador físico particular. Sua chegada foi cercada por expectativa de torcedores colorados, que haviam perdido Guerrero, lesionado. Nove partidas depois, Hernández ainda não convenceu que pode ser o centroavante de Eduardo Coudet.
A melhor atuação dele foi contra o América de Cali, pela Libertadores, no Beira-Rio. A vitória por 4 a 3 teve a cara de Abel, que marcou dois gols, seus únicos até agora. Na opinião de analistas, o camisa 99 ainda precisa de tempo e confiança para mostrar desempenho, depois de recuperar-se da lesão no ligamento do tendão de aquiles, que o tirou dos gramados por seis meses em 2017. Para Leonardo Oliveira, colunista de GZH, falta tempo para que o atacante recupere sua forma física depois do tempo parado e das duas temporadas no futebol do Catar.
— Ele já vinha de lesão, aí foi para mercado secundário sem preparação física de ponta, e para por mais seis meses, treinando por conta. Mesmo que o futebol brasileiro não seja exigente como o europeu, é uma adaptação que ainda requer tempo — avalia o comentarista.
Sérgio Xavier, comentarista dos canais SporTV, acredita que além da dificuldade física causada pelas lesões, as expectativas criadas são maiores do que a capacidade atual do jogador:
— Precisamos primeiro colocar o Abel no patamar dele. É um jogador de mediano para bom. Não é o cara que vai entregar um monte de gol e assistência. Vai entregar luta, eventualmente gols, mas não é um artilheiro nato.
A situação ficou mais difícil nos últimos jogos, com a queda de rendimento de quem deveria abastecer o ataque colorado, segundo Xavier. A variação no desempenho de Patrick, Boschilia e Edenilson não afetou apenas o uruguaio que chegava na equipe.
— O próprio Thiago Galhardo caiu de rendimento. Concretamente, falta para o Abel condicionamento e ritmo, em um primeiro nível, e, depois uma melhora coletiva do Inter — acrescenta.
Já o colunista de GZH, Diogo Olivier, aponta para o posicionamento e postura de Abel em campo:
— Ele ainda parece pesado, o que atrapalha o seu repertório. Quando não se tem técnica apurada, espaço para pensar é fundamental. Por isso, um jogador de lado seria melhor como parceiro de Galhardo, ao menos nesse momento — argumenta Olivier.