O ambiente político do Inter está em ebulição com a proximidade da eleição presidencial de 25 de novembro, que terá o voto de 344 conselheiros no primeiro turno. Após o racha ocorrido na direção na última semana, pelo menos três candidaturas estão sendo construídas pelos principais movimentos políticos do clube, sendo que apenas duas, de acordo com o estatuto, poderão disputar o voto dos associados no segundo turno. Nos bastidores, há o temor de que o pleito vá parar na Justiça.
Nome preferido do atual presidente Marcelo Medeiros e das lideranças do Movimento Inter Grande (MIG), que conta com o apoio de cerca de 100 conselheiros, o vice-presidente Alexandre Chaves Barcellos pode ter a candidatura impugnada pelos opositores por já estar no segundo mandato seguido no Conselho de Gestão. Este imbróglio gera muita controvérsia nos corredores do Beira-Rio.
Segundo o artigo 36 do estatuto do clube, “o mandato dos dirigentes eleitos do Conselho de Gestão é de dois anos, permitida uma única recondução”. Para algumas correntes, Alexandre não poderia ter um terceiro mandato consecutivo na gestão, ainda que como presidente. Para outros, contudo, não se trataria de uma “recondução”, já que, se eleito, o dirigente seria empossado em um cargo que nunca ocupou. Há quem aposte que o impasse só será resolvido nos tribunais.
Já os movimentos Academia Colorada e Convergência Colorada, que apoiavam Marcelo Medeiros, desembarcaram da gestão na semana passada e se aliaram ao Inove Inter, grupo de oposição, para lançar uma chapa que contaria com o apoio de cerca de 100 conselheiros. Um dos nomes cotados é o do ex-vice de futebol Alessandro Barcellos, que foi desligado do cargo justamente por conta do racha. Outro nome que surge com força é o de Dannie Dubin, ex-vice-presidente eleito na gestão do presidente Giovanni Luigi no biênio 2011/2012.
Uma terceira via também está sendo organizada. Na semana passada, José Aquino Flores de Camargo pediu afastamento da presidência do Conselho Deliberativo para lançar o seu nome à presidência do clube. Ex-presidente do Tribunal de Justiça, Aquino aposta no voto de conselheiros independentes e de dissidentes do MIG.
Conforme o estatuto colorado, apenas as duas chapas mais votadas pelos conselheiros no primeiro turno podem avançar para disputar o voto dos associados no segundo turno, que ocorrerá provavelmente entre os dias 12 e 13 de dezembro. Com 80 conselheiros, o movimento O Povo do Clube ainda analisa se lançará um candidato próprio ou se apoiará outra candidatura, podendo ser o “fiel da balança” na definição sobre as chapas que avançarão para a etapa decisiva.
Em meio às articulações e ao processo eleitoral, o Inter como um todo terá o desafio de impedir que a tensão política entre no vestiário e afete o futebol em uma fase decisiva da temporada, que só será encerrada em fevereiro.